por Mônica Pilz Borba*
A cultura do desperdício faz parte do dia a dia do povo brasileiro, principalmente nos grandes centros urbanos. Este valor tão enraizado tem como um dos principais motivos a disponibilidade, riqueza e abundância dos recursos naturais em nosso país, pois este ambiente de fartura nos propicia um inconsciente coletivo que potencializa o esbanjamento permanente, lembrando que o nosso modo de vida e cultura estão intimamente ligados ao meio em que vivemos.
Hoje somos 7 bilhões de habitantes que consomem 50% a mais de recursos naturais renováveis disponíveis no planeta[1], e no Brasil 85% da população reside nos centros urbanos, ambientes que afastam as pessoas da natureza e de seus ciclos, ampliando o analfabetismo ambiental. A lógica dos ambientes urbanos estimula o consumo, e não apoia a racionalidade no uso cotidiano da água, dos alimentos, da energia e outros recursos, e isso vem trazendo enormes prejuízos, problemas e instabilidade em relação ao nosso futuro comum, até mesmo a continuidade da espécie humana na Terra.