Deputado federal Izalci Lucas é autor de um projeto de lei (PL) que trata das diretrizes da educação e da proibição de professores utilizarem as aulas para impor ideias políticas ou religiosas. (Foto: George Gianni/PSD)
Formação de professores e conteúdo de livros didáticos. Esses foram alguns dos temas debatidos ontem (24) na audiência pública cujo tema foi doutrinação política e ideológica nas escolas, promovida pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, por sugestão do deputado Izalci Lucas (PSDB-DF).
Izalci é autor de um projeto de lei (PL) que trata, por exemplo, das diretrizes da educação e da proibição de professores utilizarem as aulas para impor ideias políticas ou religiosas.
Na opinião do professor de sociologia do Departamento de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Braúlio Porto de Matos, o problema da doutrinação começa na formação dos professores, que, para ele, é essencialmente esquerdista. Ele citou nomes de personalidades que influem na formação dos docentes, dentre eles, o do educador Paulo Freire.
Para Bráulio Matos, Freire é dos autores nos quais os profissionais não deveriam se apoiar, por ser, em seu entendimento, um doutrinador a serviço do governo na época. Conhecido por defender a alfabetização como um processo de conscientização, o pernambucano Paulo Freire graduou-se em direito e deu aulas de língua portuguesa, além de história e filosofia da educação. Preso em 1964, após o golpe militar, exilou-se e viveu 16 anos fora do país.
Outro integrante da mesa de debates da audiência pública, o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná, Luis Lopes Filho, avaliou os livros didáticos usados hoje em sala de aula como desatualizados e "esquerdistas". "Esses livros não entregam o que eles prometem. Muitos deles dizem, às vezes citando grande nomes da pedagogia como Paulo Freire, que a prioridade é ensinar a pensar, mas apresentam questões muito polêmicas sob um único viés".