Hoje (22), Dia Mundial da Água, é uma data importante para mais uma vez refletir sobre um desafio que preocupa o mundo e, particularmente, nós pernambucanos: os recursos hídricos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) quase 800 milhões de pessoas vivem atualmente sem água potável. Além disso, a ONU divulgou um estudo prevendo que daqui a apenas dez anos, 48 países não terão água suficiente para as suas populações.
O Brasil neste panorama seria um país privilegiado por ter a maior fonte de água doce do mundo. Entretanto, isso nos deixa muito longe de uma situação confortável. Pelo contrário, a estiagem que castiga nordestinos há tantos anos, agora se torna um tema de dimensão nacional devido aos efeitos causados a alguns estados como São Paulo. As palavras racionamento e volume morto nunca foram tão citadas no noticiário como nos últimos meses.
Nosso estado, em particular, é o mais afetado pela estiagem no Nordeste de acordo com o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs). Além disso, já existem 126 munícipios pernambucanos com algum tipo de racionamento de água e essa dura realidade não parece dar sinais de melhora em curto prazo, conforme apontam as agências de meteorologia.
Mas essa estiagem não deixa somente torneiras vazias. Traz também graves desdobramentos econômicos. A produção agrícola caiu e os pastos ressecados estão provocando a morte de milhares de animais. Para se ter ideia, a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro) afirma que Pernambuco perdeu, nos últimos três anos, 600 mil cabeças de gado. A economia ainda é afetada na produção industrial devido à queda brusca na capacidade de geração de energia nas hidrelétricas.