O Ártico como o conhecemos está desaparecendo. Os ecossistemas se aproximam de um estado de caos. A recente deterioração das relações entre a Rússia e os Estados Unidos aumenta o risco de militarização da região.
O ano de 2014 terminou sendo o ano mais quente desde 1850. A magnitude varia com a latitude, a altura sobre o nível do mar e as estações, entre outros fatores. No Ártico ultrapassa entre duas e três vezes a média global. As tendências atuais conduzem a um aumento entre 3o e 5oC no final do século em relação à média da época pré-industrial. Um aumento de 4oC implicaria em um aumento entre 8o e 12oC no Ártico, provocando sua desestabilização definitiva e um eventual aumento no nível do mar entre 7 e 8 metros.
A reportagem é de Julio César Centeno e publicada no sítio Rebelión, 26-01-2015. Julio César Centeno é professor da Universidade de Los Andes, Mérida – Venezuela. A tradução é de André Langer.
A temperatura média aumentou cerca de 1°C em relação à média da época pré-industrial. Embora, aparentemente, insignificante, fez com que a superfície do gelo ártico marinho tenha perdido a metade da sua extensão desde 1950 (10 milhões km2), um terço apenas entre 1980 (7,41 milhões km2), e em 2014 (5,01 milhões km2), medido em setembro quando se apresenta o mínimo anual. Apenas durante este último período derreteram 9 mil quilômetros cúbicos de gelo marinho, provocando a redução do seu volume para menos da metade apenas nos últimos 34 anos.
A camada de gelo sobre a Groenlândia cobre 1,7 milhão de quilômetros quadrados e contém 2,83 milhões de quilômetros cúbicos de gelo. Sua perda implicaria em um aumento do nível do mar de 7,4 metros. A Groenlândia perdeu, em média, 260 bilhões de toneladas de gelo cada ano entre 2002 e 2014.