O artigo é de Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, publicado originalmente no Blog do Planeta.
A disputa por água que teve início neste ano entre as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Piracicaba – e agora se agrava entre os Estados da região Sudeste – revela também o descaso com os rios e como a falta de investimentos em saneamento básico aumentam a crise. A escassez de água na região Sudeste não se deve apenas à super exploração e ao clima, é decorrente também da poluição dos rios por falta de tratamento de esgoto, do baixo controle de efluentes industriais e do uso de defensivos agrícolas.
A poluição e o desperdício agravaram o impacto da seca e a disputa pelos poucos mananciais que apresentam qualidade de água boa.
Refém do setor elétrico há décadas, o sistema de recursos hídricos, implementado há 17 anos no Brasil justamente para buscar o uso racional da água e o enfrentamento de crises, estabelece que a gestão da água deve ser compartilhada entre a União e os Estados. E o planejamento estratégico, a definição dos usos prioritários e a tomada de decisão deve se dar por bacia hidrográfica, com a participação da sociedade e dos usuários públicos e privados, nos Comitês de Bacias Hidrográficas.