Por mais estranho que possa parecer, o passado, presente e o futuro do Grêmio se fundem nesta quarta-feira em uma linha única. Nada mais justo que Fábio Koff, o presidente mais importante do do clube, tenha assinado pela terceira vez com Luiz Felipe Scolari, o treinador mais vitorioso com a trinca de cores azul, preto e branco. Pois às 11h, em solenidade realizada na Arena, o técnico iniciou com emoção a terceira era frente ao Tricolor.
Sorridente desde o desembarque no aeroporto, Felipão declarou logo nas primeiras palavras a sua paixão ao clube. E se emocionou. Admitiu que precisa de carinho depois da eliminação por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo e projetou o futuro no Grêmio.
- Se eu cogitei voltar a trabalhar depois do fim de um trabalho que eu tinha uma outra ideia de término, é por causa do Grêmio. O Grêmio é o único time que me faria voltar. Todo mundo sabe que eu sou gremista. Todo mundo sabe que eu passei aqui. Por esse sentimento, essa situação diferente na minha vida, porque o Grêmio é uma situação diferente. Neste momento, sei que também preciso de um abraço, preciso desse carinho e sei que o Grêmio, esse time e esses jogadores podem me dar - disse.
Era como se uma velha família se reencontrasse. Conforme o próprio Felipão disse, trata Koff como um “pai”. E isso requer intimidade, que ambos têm de sobra um com o outro. Logo no início da coletiva, Felipão quebrou o gelo. Disse que o acordo com Koff foi encaminhado em um pedaço de papel e fez uma revelação sobre o encontro:
- E ainda fui eu que paguei a conta do almoço!
A negociação foi relâmpago. Após a demissão de Enderson Moreira, Koff viajou para São Paulo na tarde de terça-feira, ao lado do advogado Gabriel Vieira. O acerto foi imediato.
Lotado por dirigentes e conselheiros, o auditório foi participativo. Os presentes gargalhavam em cada constante piada do treinador. E foram muitas. Sobrou até para Vanderlei Luxemburgo. Felipão disse que não usaria a palavra “projeto” para não lembrar o termo tão comum do treinador.
- Eu estava tentando falar plano, até agora, mas não consegui. Vai projeto mesmo!
Felipão saiu com Koff, o diretor executivo Rui Costa, o assessor de futebol Marcos Chitolina e outros dirigentes para um almoço. Tudo em clima bastante familiar, fazendo com que os 18 anos que separaram o treinador do Grêmio parecessem apenas um curto período de férias.
Trauma após o 7 a 1