As drogas injetáveis, a utilização de material não esterilizado por manicures, acupunturistas e até dentistas ajudou a espalhar o vírus.
Segundo o gerente de Projetos da ABPH, Eduardo Tadeu Lima e Silva, até 1995 não era feito nenhum teste de hepatite em transfusões de sangue, “muitas pessoas foram contaminadas com hepatite C, não foram diagnosticadas e silenciosamente a doença foi progredindo e virou uma cirrose ou câncer hepático. Então, existe uma janela de portadores silenciosos que foram transfundidos e que não sabem que são portadores do vírus”.
A ABPH promove hoje (28) uma campanha de conscientização em quatro terminais rodoviários de São Paulo - Tietê, Barra Funda, Jabaquara e Guarulhos - e vai oferecer, gratuitamente, o teste rápido para a hepatite C. A associação, que sobrevive de doações, trabalha há três anos no acompanhamento e apoio a pacientes com hepatite.
“Hoje, há um controle maior nas transfusões. Com a chegada da aids e da hemofilia, os centros de doações passaram a fazer uma testagem mais específica. Então, o portador dificilmente vai transmitir, mas essas pessoas morrem se não identificadas a tempo”, disse Silva, explicando que a hepatite C só é reconhecidamente transmitida pelo sangue, em transfusões e compartilhamento de material perfurocortante.