Muitos torcedores foram embora antes do jogo terminar
Nesta terça-feira, nos preparamos para assistir ao jogo da Seleção - o penúltimo para nossa Canarinho - com bastante preocupação. O adversário era forte, por isso não poderíamos descuidar de nenhuma das nossas obrigações (superstições) assumidas nos jogos anteriores. Deixamos a casa arrumada, matérias prontas, vestimos a mesma camisa, sentamos no mesmo lugar, e na mesma cadeira. OK. Cumprimos todo o ritual, praticamente ao pé da letra, mas... o Brasil perdeu. Vergonhosamente perdeu.
Em menos de 30 minutos vimos o orgulho do torcedor brasileiro cair dos píncaros da ilusão e por-se de joelhos, diante do destino. A Pátria, de joelhos, via seus craques completamente perdidos em campo e, em vez de pedir gols ou pelo menos um gol - pedia apenas que o placar não fosse ampliado pelo adversário. Em vão.
Concluído o primeiro tempo no Mineirão, 5 x 0 no placar, a vergonha nacional fazia chorar crianças e estátuas. A nação, boquiaberta, aceitaria uma derrota, mas aceitar esse placar, construído pela Alemanha em menos de meia hora, era difícil de engolir.
Voltamos ao segundo tempo e constatamos que o fundo do poço era mais embaixo, diante do sétimo gol da Alemanha contra o Brasil, o 'hepta' gol sofrido em apenas uma partida. Vergonha das vergonhas: nossa meta recebeu mais um gol e apesar de furarmos o bloqueio alemão - 'tirando o dedo, a poucos minutos do final , do jogo' - a Seleção jogou como um time de cegos, perdidos em campo.
"Somos um só (We are one)", tema desta Copa, foi levado a sério demais pela Seleção Brasileira: todos eram Neymar, todos eram Thiago Silva. Estavam todos com o corpo em campo e a cabeça sabe-se lá onde. Em campo, apenas um futebol do mais 'fuleco' nível.
OK. Cumprimos nossa parte como torcedores. Talvez tenhamos nos esquecido de colocar para fora o lixo ou de colocar um objeto 'exatamente' na posição em que ele se encontrava na última vitória, mas fizemos ao máximo a nossa parte. Assim, sabendo que não nos cabia a derrota, ainda apreciamos os minutos finais do jogo - sem esperança alguma de ver a Canarinho reagir, apesar de parecer ter encontrado tarde demais o caminho do gol. Mas, confessamos, ainda tivemos a chance de ver o HEXA e o HEPTA (sexto e sétimo) gols alemães.
Sabemos que não temos como esconder nossa vergonha futebolística. Não tivemos a bravura dos chicos costarriquenhos, dos argelinos, dos chilenos e de outros fortes que não entregaram os pontos antes do último segundo da prorrogação ou do último pênalti. Antes fôssemos todos tatus-bolas e pudéssemos nos esconder sob nossa própria pele, desde os primeiros minutos do jogo em que a Alemanha colocou de joelhos a Seleção Brasileira.
Esta é a Copa das Copa, a Copa dos Valentes. Não há lugar para fracos.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho e Lúcia Xavier