Bem humorado e carismático: Silvio Santos é o principal nome dos domingos da tevê brasileira. Foto: SBT/Divulgação
Em entrevista, a apresentadora Regina Casé disse: “a tevê não pode ver um pobre que sai correndo atrás”. Em busca do potencial consumidor da classe C, as emissoras lutam por essa fatia do público com programas que paparicam e enaltecem “o povão”. No entanto, há anos, Sílvio Santos caminha na contramão: sem medo de ser grosseiro ou de explorar a pobreza (lembram do famoso “quem quer dinheiro?”), o homem do baú construiu uma fortuna de US$ 1,3 bilhão, segundo a revista Forbes.
Para Alex Vidigal, pesquisador em comunicação da Universidade de Brasília (UnB), o apresentador soube aproveitar uma característica do brasileiro. “Somos um povo cheio de contradições. O Silvio fez a carreira em cima disso, dessa confusa relação com as massas”, analisa o especialista.
Em programas que se tornaram sucessos de audiência, Silvio não se preocupou em ser “dócil” com o público. No Topa tudo por dinheiro — antecessor do Programa Silvio Santos —, ele levava a plateia para o palco e os derrubava na piscina. Nas pegadinhas, ele expõe o público a situações humilhantes. Ao mesmo tempo, já fez o papel de paizão em quadros como a Porta da esperança.
Na carreira e nos negócios, o apresentador nunca se preocupou com a opinião alheia para fazer as coisas jeito que considera melhor. Prova disso são as frequentes alterações na grade do SBT ou o caso do banco Panamericano, no qual o empresário fez uma manobra e hipotecou todo o patrimônio para se salvar .
Essas características transformaram Sílvio Santos no principal apresentador do domingo e o SBT no mais forte concorrente da Record pelo segundo lugar de audiência.
Veja curiosidades sobre a vida do apresentador Silvio Santos: