Duda em entrevista a Assis Ramalho
Foto: Lucia Xavier
Em entrevista exclusiva, Duda relembra o início da carreira, dizendo que, surpreendentemente, começou a atuar na posição de goleiro, somente passando a atuar na linha, onde se revelou um grande atacante, por uma fatalidade que você vai saber nesta reportagem. Duda fala também sobre sua passagem pelo Vitória da Bahia e desabafa em relação ao desprezo em que se encontra o futebol de Paulo Afonso.
Acompanhe na íntegra a entrevista com Duda, monstro sagrado do futebol de Paulo Afonso e região.
Assis Ramalho: Duda, você sem dúvida, foi e ainda é um dos jogadores mais badalados do futebol de Paulo Afonso e região. Gostaria que você aproveitasse este momento e fizesse um resumo da sua carreira.
Duda: Assis, talvez pouca gente saiba, mas eu comecei a minha carreira jogando de goleiro no time da Sacol. Mas, nessa época, eu era pivete, tinha meus 15 ou 16 anos, e era "peru" de jogo. Eu sempre ia ver o time da Sacol treinar e era opção de goleiro. Eu ficava ao lado do campo, doido por uma chance para mostrar o meu valor no gol. Mas as coisas começaram a acontecer comigo foi no time de futebol de Salão do Copa. Lá, eu era reserva do goleiro Régi e, certo dia, a gente ia jogar contra o Stoa. Chegou a hora do jogo e faltou um jogador no nosso time, ou seja, a gente tinha três jogadores de linha e dois goleiros. Como eu era o reserva de goleiro de Regi, o treinador disse: "Então, pra gente não jogar com três na linha e um goleiro sobrando na reserva, eu vou colocar Duda na linha, para o time não jogar com um a menos". E nesse jogo eu matei a pau, fiz vários gols, e ao final do jogo o treinador disse: "A partir de hoje, você não vai ser mais goleiro, você vai ser jogador de linha". E, a partir dali, eu passei a me destacar no futebol de salão e, depois, passei também a jogar futebol de campo.
Duda: Assis, é bom eu explicar tudo isso por etapa. Quando eu fui para o Vitória da Bahia, eu saí do Exército. Na época, eu já era destacado no futebol de Paulo Afonso, pois já tinha jogado em várias equipes como o Santa Cruz, o Caveira, entre outras equipes. Mas, foi através de um torneio das Companhias do Exército, realizado no Nordeste, que surgiu o convite para eu ir para o Vitória. Nesse torneio do qual eu participei pelo Exército, nós jogamos em Fortaleza e também na Fonte Nova (estádio de Salvador). E, lá na Fonte Nova, alguém me viu jogando e entrou em contato com Dr. Edson, que era um médico da CHESF, e através dele me levaram para o Vitória. Lá, eu passei um ano e sete meses. Antes, teve um presidente da Catuense (time do interior da Bahia) que queria me levar pra lá, mas eu preferir não ir, eu queria ficar no Vitória.
Assis Ramalho: E o episódio com Marciano, existiu ou não?