Nesta estiagem, que mudanças o Senhor identifica como sendo representativas na vida da população do Semiárido?
São muitas. Em décadas passadas, as as famílias agricultoras sem condições de produção, sem renda e sem ter o que comer, geralmente seguiam para a cidade, para buscar apoio dos prefeitos. Como não existiam políticas públicas nessa direção, acabavam saqueando armazéns e supermercados. Havia muita dor. Hoje, graças a ações como o Programa Bolsa Famílias, que também completa dez anos, nós registramos a saída de 36 milhões de pessoas da condição de pobreza extrema, ou seja, pessoas que dormiam sem saber o que iriam comer no dia seguinte. Certamente, desse montante fazem parte milhares de famílias do Semiárido. Reduzimos em quase 20% a mortalidade infantil. E nós sabemos que, no Semiárido, esse é um problema ainda mais grave. Lá, há municípios com taxa de mortalidade infantil superior à nacional. E tem outras ações como o Garantia Safra, Bolsa Estiagem, que criaram condições para que as famílias pudessem conviver com os longos períodos de seca. Isso, há 20 anos, quando ocupamos o prédio da Sudene, no Recife, ainda era um sonho para todos nós.