O Norte e o Nordeste têm uma frente adicional na atual “guerra contra pirâmides” no País. No Brasil inteiro as principais acusadas, Telexfree, BBom e Priples, têm uma presença forte no universo online. Mas as duas regiões, que já sofrem com a polêmica nacional, outro problema se alastra principalmente no interior: as investigadas agem à moda antiga, com lojas físicas captando pessoalmente os desavisados para falsos consórcios para a compra de produtos que na verdade são pirâmides financeiras. Casos já foram registrados no Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco.
Da mesma forma que as pirâmides online, a compra premiada criou um “melindre” jurídico que atrapalha as investigações. Na internet, as empresas irregulares se misturam às de marketing multinível, um ramo legal. As de compra premiada dizem que são um novo ramo, uma variante de consórcios que não precisaria da autorização do Banco Central – algo contestado pelo Ministério Público.
As pirâmides online só divergem das compras premiadas por atrair pessoas por motivos diferentes, mas o resultado é igual: os primeiros têm muitos benefícios e quem paga a conta é quem fica por último. No universo da internet, o atrativo são as promessas de lucro. Nas “compras premiadas”, são pessoas com tão pouco dinheiro para compras que precisam de consórcios para comprar geladeira, fogão e até motocicletas.