Procurador Geral Sérgio Jucá e Karla Padilha, promotora.
Integrantes do Ministério Público Estadual (MPE) confirmaram, durante entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira (24), que há elementos suficientes que comprovam a participação do ex-prefeito de Traipu, Marcos Santos, no assassinato do secretário de turismo do município, José Valter Matos Palmeira, ocorrido em 2011.
Embora não tenha revelado os detalhes sobre as investigações que levaram o ex-prefeito à prisão nesta manhã, o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá anunciou que 10 promotores foram designados para auxiliar a promotora Karla Padilha na investigação, por conta de possíveis desdobramentos.
Jucá disse que há elementos suficientes que comprovam a participação de Marcos Santos no crime, mas não citou quais seriam essas provas. O chefe do MPE também não descartou a possibilidade de o crime estar relacionado aos processos judiciais por improbidade administrativa que o ex-prefeito responde.
“Não há provas, ainda estamos investigando, mas se descobrirmos que há relação, outras pessoas podem ser presas e, caso fique configurada a organização criminosa, o Gecoc também entrará no caso”, frisou o promotor
Sobre as acusações feitas por Marcos Santos a Karla Padilha, a presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal), Adilza de Freitas, disse que ele foi leviano e irresponsável: “A promotora fez seu trabalho, sem jamais inventar fatos, pois não é esse o papel do Ministério Público. O ex-prefeito, ao invés de buscar se defender preferiu atacar”, afirmou.
Padilha não quis comentar as declarações do acusado e confirmou que, ao ser preso este mês, em São Paulo, o autor material do assassinato, Erivan Alves dos Santos, confessou que o ex-prefeito foi o mandante do crime.
Questionada sobre as supostas motivações para o homicídio, a promotora disse que não poderia falar para não atrapalhar as investigações. “Há boatos na cidade que antes do crime o secretário prestaria depoimento a Polícia Federal”, relatou, também sem entrar em detalhes.
Prisão
Ao ser preso na manhã de quarta-feira(24), o ex-prefeito de Traipu negou ser o mandante do assassinato do ex-secretário e acusou a promotora Karla Padilha e a prefeita Conceição Tavares de “armação e perseguição política”.
A prisão em caráter temporário por 30 dias foi solicitada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE).
O secretário de turismo de Traipu, José Valter, foi executado com dois disparos de arma de fogo na cabeça na madrugada do dia 14 de maio de 2011, quando chegava em sua residência, no Centro da cidade.
O executor, Erivan Alves dos Santos estava foragido há mais de dois anos, mas foi preso em São Paulo no dia 18 deste mês.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Por Vanessa Alencar e Gilca Cinara
Portal Cada Minuto