A paralisação integra o movimento nacional da categoria contra a falta de condições de trabalho e as ações recentes do governo federal na área da saúde, sobretudo, a Medida Provisória (MP) nº 621, que permite a contratação de médicos estrangeiros sem o Revalida, o exame de validação do diploma. A estratégia da categoria é desgastar o governo com paralisações de 24 horas para que a opinião pública não fique contra os médicos e minimizar os transtornos à população.
Além da importação de profissionais, a MP nº 621 tem causado polêmica, entre outros pontos, porque determina que os estudantes que ingressarem no curso de Medicina a partir de janeiro de 2015, ao se formarem, deverão trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na assembleia geral promovida, nesta segunda-feira (16), pelos médicos pernambucanos, quando mais de 300 profissionais estiveram reunidos na Associação Médica do Estado, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d'Ávila, foi categórico: "trazer médico estrangeiro sem revalidar o diploma é passar por cima da autonomia universitária. Essa MP tem inúmeras inconstitucionalidades".
De acordo com d'Ávila, os médicos não se negam a trabalhar nos locais mais afastados. Mas falta condições de trabalho e uma carreira de Estado que estimule os profissionais. Também foram votadas outras formas de protesto contra as ações do Governo Federal. Uma delas é a instituição de um grupo de trabalho, até o final da semana, para construir um canal de denúncia da falta de estrutura das unidades de saúde.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Fonte: Diário de Pernambuco