João Relojoeiro: "Aqui nós estamos reféns do medo."
Zé do Ouro: "Se a polícia passasse aqui de vez em quando, já nos dava um pouco de tranquilidade."
Major PM Reinaldo Mesquita promete providências
No mês de fevereiro passado, publicamos matéria em que donos de estabelecimentos comerciais do Mercado Público de Petrolândia reclamavam da falta de segurança. Os comerciantes informavam sobre a falta de policiamento e ausência da Guarda Municipal. Na oportunidade, os comerciantes afirmaram à reportagem do Blog que trabalhavam sem nenhuma segurança e denunciavam também a falta de higiene no local.
Passados pouco mais de 30 dias da publicação da matéria, a nossa reportagem voltou a ser procurada por comerciantes do Mercado Público para fazer as mesmas reclamações. Foi o caso de dona Socorro, proprietária de um quiosque no interior do mercado.
"Aqui eu já presenciei coisas terríveis. Há poucos dias atrás, bem aqui próximo ao banheiro, um homem esfaqueou uma mulher. Isso sem falar das constantes ameaças que eu recebo de pessoas que vivem perambulando aqui dentro do Mercado, que querem comer e beber de graça. Eles já chegam nos ameaçando, e a gente não tem a quem pedir socorro. Seria muito bom se a polícia passasse de vez em quando por aqui, para passar segurança pra nós", afirmou dona Socorro.
Bem ali próximo, a nossa reportagem conversou com mais dois comerciantes que relataram as suas preocupações com a situação. Segundo João Relojoeiro, "aqui nós estamos reféns do medo. Entra dia e sai dia, e a gente não vê nenhuma segurança passando por aqui. O mercado está cheio de gente que vem de outras regiões e ficam aqui dentro, dia e noite, fazendo o que não presta. Eles bebem, brigam e usam drogas, e ninguém toma providência".
Já a proprietária de uma loja de confecções, Quitéria, falou à nossa reportagem que, além da falta de segurança, existe a falta de higiene e de respeito por parte dos que se apossaram do mercado para consumir bebidas alcoólicas e usar drogas. "Todos os dias, quando a gente chega aqui de manhã, é essa fedentina que você está sentindo aí. E o pior é que eles não tem respeito por ninguém. Quando eles querem fazer as suas necessidades fisiológicas, a qualquer hora do dia, eles simplesmente baixam as roupas e quem quiser que desvie o olhar. É um absurdo isso aqui!", disse Quitéria, bastante revoltada.
Novas queixas se juntam às antigas reclamações. Segundo denúncias de uma comerciante, o Mercado Público está se transformando numa cracolândia, onde viciados se abrigam para usar drogas e, segundo ela, o número de pessoas que se reúne ali é preocupante, incluindo homens, mulheres e até uma criança de colo levada em carrinho pela mãe. Segundo a mesma comerciante, ela está sendo ameaçada por um dos frequentadores, que exige dinheiro do seu estabelecimento. Muito assustada, ela sugeriu que o Mercado Público, que não tem previsão de inauguração, seja fechado para evitar a aglomeração de desocupados no local.
Após ouvir outros comerciantes, que nos fizeram as mesmas reclamações, imediatamente a nossa reportagem entrou em contato por telefone com o prefeito Lourival Simões, que afirmou que a partir do momento em que ele estava tomando conhecimento desses absurdos, providências iriam ser tomadas, inclusive o prefeito disse que teria uma audiência com o Major PM Reinaldo, Comandante da 4a. CIPM.
Logo após nossa reportagem entrou em contato com o Major PM Reinaldo, que após ouvir o nosso relato, prometeu providências imediatas. "Assis, ainda hoje (quinta-feira, 04) eu irei fazer uma visita ao Mercado Público da cidade para verificar a situação e tomar as medidas cabíveis", afirmou o oficial da PMPE.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho