De acordo com depoimento de um petrolandense, empregado da Açominas Gerdau (Paranasa) e leitor deste Blog, "o bicho pegou" nesta quinta-feira (24) na obra da cidade de Ouro Branco (MG).
Segundo o leitor, na manhã de ontem, um dos empregados oriundos da cidade de Petrolândia, cujo nome não foi divulgado, contratado na função de armador, confundiu-se na hora de entregar uma peça, pois não sabia o que era, e logo gritou que era "carteirão". Carteirão significa que o empregado teve a Carteira de Trabalho e Previdência Social "esquentada" com um falso registro de trabalho. O encarregado, então, parou a obra e comunicou o fato ao encarregado geral da Gerdau. O fichamento das carteiras de trabalho foi cancelado, tanto de quem já estava fichado quanto de quem aguardava contratação. Montadores, carpinteiros e armadores foram levados à Agência da Previdência Social de Ouro Branco (MG) para investigação das anotações nas carteiras, constatando que houve falsificação do CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais.
À tarde, funcionários foram presos, detidos na cidade de Lafaiete (MG) e a Gerdau solicitou à Polícia Federal a investigação do caso.
Muitos empregados foram dispensados e estarão voltando. Além da demissão, irão responder a processo por fraude. Alguns foram rebaixados a ajudante ou para outro cargo que tivessem em registro na CTPS.
O petrolandense que prestou essas informações ao Blog está se sentindo "humilhado e discriminado". Contratado como ajudante de serralheiro, com experiência na montagem da estrutura metálica do Mercado Público e do estacionamento da Câmara Municipal de Petrolândia, terá que optar entre a mudança no registro de trabalho para o cargo de servente ou a demissão.
Em Ouro Branco (MG), o clima entre os petrolandenses é de revolta. Sonhos e projetos não serão concretizados. A situação irregular de alguns, prejudicou a todos. Todos perderam. As reputações da cidade de Petrolândia, dos seus trabalhadores, das suas empresas e da Agência de Empregos que encaminhou, de boa fé, os empregados para a Açominas Gerdau (Paranasa), em Ouro Branco, todas manchadas pela falta de escrúpulos de algumas pessoas que insistem em usar o "jeitinho brasileiro" para tentar se dar bem. Bem, não deu.
O empregado que deu início a essa confusão recebeu ameaças de morte.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho