A
SECA E O MEIO AMBIENTE
Recife,
05 de Maio de 2012Caro Blogueiro Assis Ramalho
Não
está sendo uma grande surpresa para qualquer nordestino mais experiente a atual
estiagem que se abate sobre a Região Nordeste, uma vez que, mesmo que a última
década tenha sido de anos de chuvas regulares, estava latente na memória de
todos nós os malvados ciclos de seca que, com certa regularidade, comparecem na
região.
Esses
ciclos variam de 10 a 14 anos de chuvas regulares, tomados os padrões da Região,
entremeados de períodos de 2 a 5 anos de perversa escassez e irregularidade de
chuvas. O problema é que mesmo sabendo- se da existência desse fenômeno, um
período de regularidade geralmente alimenta a esperança do nordestino, fazendo-o
crer que as mudanças climáticas globais estão influindo para atenuar o
sofrimento regional.
Quando
chega um novo período de irregularidade no regime de chuvas nem mesmo os Órgãos
Oficiais de acompanhamento e controle do tempo estão plenamente preparados para
o enfrentamento. Estão de fato, como a maioria dos nordestinos mais simples,
nutrindo a ideia de as coisas estão mudando para melhor,
Cada
ciclo de seca deixa, ao seu término, dolorosos resíduos de seus efeitos, seja no
ecossistema, que é atingido tanto pela própria seca, quando pela ação do homem
para se salvar e salvar seus animais, seja na qualidade de vida das pessoas no
curto e no médio prazo, posto que, da mesma forma que os períodos de
regularidade de chuvas ensejam acumulações de bens, os períodos secos afetam
negativamente esses incipientes patrimônios.
É
um constante movimento de sanfona. Cresce lentamente por um tempo, logo começa a
triste volta. Felizmente, a direção do crescer tem sido mais prolongada do que a
direção do decrescer, deixando um resíduo que representa a esperança do povo
nordestino,
Esses
ciclos atualmente já são bem mais suportáveis que no passado e serão ainda mais
quando adotarmos medidas para a convivência com a seca e não para o seu combate
tópico. Para conviver temos que desenvolver e difundir variedades de espécies
forrageiras tolerantes à seca e educar o nosso homem para fazer melhor uso de
nossos aquíferos.
Do Deputado
Estadual – PTB/PE
Presidente
da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Para o Blog de Assis Ramalho