quinta-feira, março 15, 2012

Movimento dos Atingidos por Barragens desocupam sede da Chesf


Grupo se reuniu em assembleia e avaliou positivamente as decisões. Manifestantes estavam no local desde a última terça-feira (13).(Foto: Alexandre Souza)

Os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) desocuparam a sede da Chesf, no bairro de San Martin, no Recife, no início da manhã desta quinta-feira (15). A decisão foi tomada após uma assembleia realizada entre os integrantes no fim da noite de quarta-feira (14), quando foram avaliadas positivamente as reuniões com a Secretaria da Casa Civil e com a própria Chesf. O MAB estava acampado no local desde a última terça-feira (13).

Uma comissão do MAB entregou ao governo do estado, no Palácio do Campo das Princesas, uma pauta de reivindicação, abordando questões relacionadas à renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica e à criação de uma política nacional de tratamento para as famílias atingidas por barragens. O MAB também pede a intermediação do governo estadual em relação aos problemas ambientais e sociais nos estados de atuação da Chesf, que são Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia, Piauí e Maranhão, e a redução imediata das tarifas de energia elétrica.

Segundo um dos coordenadores do movimento, José Josivaldo de Oliveira, os dias de ocupação, apesar de terem deixado os integrantes cansados, permitiu um diálogo positivo. “Fizemos uma avaliação, em assembleia, com todo o acampamento e preferimos desacampar em prol do que acertamos, que foram coisas concretas, como o repasse de terras, medidas que atendam os atingidos por barragens. Avaliamos manter essa relação com a sociedade. Se as coisas não andarem, vamos continuar tomando atitudes”, contou.

Apesar do clima de tensão dentro da companhia durante os dias de acampamento, o presidente da Chesf afirmou que manteve um bom relacionamento com os manifestantes. “A gente se surpreendeu antes de ontem. Foi um movimento que deixou muita tensão na empresa, porque tinha muitas mães jovens, com crianças de colo inclusive, e isso causou apreensão; qualquer incidente poderia ser grave. Mas conseguimos um diálogo com o movimento; no dia seguinte, eles saíram de dentro da empresa, trabalhamos normalmente, sem nenhum problema. Ontem, fechamos os últimos entendimentos e eles saíram”, disse João Bosco de Almeida.

Dentre os resultados das reuniões, o governo se responsabilizou em pautar as questões do movimento. De acordo com a assessoria de comunicação da Casa Civil, o secretário-executivo em Pernambuco, Marcelo Canuto, se comprometeu em encaminhar as reivindicações que estão ao alcance do governo do estado através de secretarias setoriais. Também será verificado como as políticas já desenvolvidas em Pernambuco podem ser estendidas para atender essas questões. “A Casa Civil também se responsabilizou para ser um canal de negociação, assim como dialogar com a Chesf. Isso nos fez avaliar que eles vão querer cumprir. O governo federal também está sinalizando que vai decretar uma lei para beneficiar os atingidos por essas questões”, contou José Josivaldo.

Ainda segundo o MAB, a ação no Recife contribuiu para o conhecimento das pessoas a respeito das questões pelas quais eles lutam. “A avaliação é positiva porque promoveu o diálogo, o debate com a sociedade. Tiramos dos bastidores a questão das concessões, dos atingidos por barragens. Fomos pautados publicamente. É uma etapa para buscar uma sociedade mais justa. Espero que essa questão comece a ser resolvida”, disse José Josivaldo.

De acordo com o presidente da Chesf, o movimento não era contra a companhia. “A pauta deles era de política agrária, assentamento, de redução de tarifa de energia, o que não compete à Chesf. O governo federal acompanhou e com certeza vai fazer pautas específicas para esse público”, comentou Bosco. “Tentamos encontrar meios de atender nossas questões”, concluiu José Josivaldo.

Movimento dos Atingidos por Barragens se reúnem no Palácio das Princesas, no Recife



Foi considerada positiva a reunião entre representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o secretário-executivo da Casa Civil de Pernambuco, Marcelo Canuto, encerrada no começo da noite desta quarta-feira (14), no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, sede do governo estadual.

A reunião aconteceu depois da caminhada que os manifestantes fizeram, durante a tarde, saindo da Praça Oswaldo Cruz, em direção ao Palácio, passando pela Avenida Conde da Boa Vista. A Polícia Militar acompanhou toda a manifestação, que foi pacífica.

Alguns pontos da pauta de reivindicação que a comissão do MAB entregou ao governo dizem respeito à renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica que vencem em 2015; à criação de uma política nacional de tratamento para as famílias atingidas por barragens, através de um órgão específico para aplicar essa política; ao cancelamento da construção da usina Belo Monte (PA); e à suspensão do processo de transposição do Rio São Francisco.

O MAB também pede a intermediação do governo estadual em relação aos problemas ambientais e sociais nos estados de atuação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que são Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia, Piauí e Maranhão, e a redução imediata das tarifas de energia elétrica.

A pauta traz ainda outras questões sobre energia elétrica, reassentamento de famílias, geração de emprego e renda e política de moradia. A mobilização é nacional. "Queremos discutir a política energética do Brasil e que o governo e as empresas responsáveis cumpram com o compromisso de dar condições de vida mais dignas para as famílias atingidas por barragens. Estamos aqui no Palácio para pressionar o Estado a usar sua influência a favor da nossa causa", disse Osvaldo Silva, integrante da coordenação nacional do MAB.

De acordo com a assessoria de comunicação da Casa Civil, o secretário-executivo se comprometeu a fazer encaminhamentos, no que diz respeito às questões da pauta que estão ao alcance do governo do estado, tentando facilitar alguns assuntos através das secretarias setoriais. Num prazo de 15 dias, os encontros entre os representantes das pastas e os integrantes do MAB devem ser marcadas. Além disso, Marcelo Canuto também vai verificar de que maneira as políticas já desenvolvidas pelo governo do estado podem ser estendidas para atender essas reivindicações.

"O secretário se sensibilizou e assumiu a responsabilidade de articular as diferentes secretarias que possam encaminhar essa reivindicações complexas", disse José Josivaldo de Oliveira, também coordenador do MAB. Ele informou ainda que o acampamento na sede da Chesf, no bairro do Bongi, continua. Uma nova avaliação do movimento deve ser feita nesta quinta-feira (15).

Petrolândia: Um paraíso no Sertão de Pernambuco

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Orla Fluvial de Petrolândia (Foto: Lúcia Xavier)

Hoje, quinta-feira, tempo super agradável, com sol aberto aqui em Petrolândia, e o Blog de Assis Ramalho mostra esta foto que é um colírio para os olhos de quem gosta de apreciar a natureza, e as maravilhas do nosso Sertão.

quarta-feira, março 14, 2012

Tribunal de Justiça de Pernambuco delibera a favor de usuários da TIM Nordeste de Petrolândia

Desembargador Eurico de Barros, relator no agravo que beneficiou a associação de usuários da TIM de Petrolândia

Promover regularidade, eficiência e adequação nos serviços de telefonia móvel. Com este objetivo, a 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em sessão extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (13), manteve por unanimidade de votos a sentença do Juízo de Petrolândia em favor da Associação dos Usuários dos Serviços da TIM Nordeste S/A. No processo, os usuários reclamam que a empresa não oferece um sinal de boa qualidade, nem mesmo na área urbana, o que comprova que o serviço é inadequado para o fim que razoavelmente se espera, causando prejuízos e transtornos aos seus clientes.

Diante dos fatos apontados no processo, o juiz Carlos Eduardo das Neves Mathias decidiu a favor dos consumidores, destacando a relevância da demanda, uma vez que a Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), a Lei 8.987/95 (Lei das Concessões de Serviços Públicos) e a Lei 9.472/97 (Lei Geral das Telecomunicações) satisfazem as condições de regularidade, continuidade, eficiência e segurança na prestação dos serviços de telefonia móvel. Em sua decisão, o magistrado determina que a empresa TIM Nordeste S/A providencie relatório técnico, esclarecendo com detalhes a atual situação da prestação dos serviços em Petrolândia, inclusive fazendo referências às exigências técnicas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O magistrado determinou, ainda, no prazo de 180 dias da intimação de sua decisão, a efetiva implantação e execução de medidas operacionais, com a instalação de novos equipamentos, se necessário for, que demonstrem a melhoria das condições de regularidade, continuidade e eficiência dos serviços prestados aos usuários da telefonia móvel em Petrolândia. No entanto, a empresa TIM Nordeste S/A recorreu da decisão do juiz e entrou com um agravo de instrumento (nº 255329-9), que foi distribuído para a 4ª Câmara Cível do Tribunal.

O recurso teve como relator o desembargador Eurico de Barros, que em sua decisão afirmou que o interesse social deve prevalecer perante o interesse da empresa prestadora de serviços. “Dentro de uma conjuntura habitualmente progressista, como a nossa, a empresa deveria ouvir do cliente o que poderia e deveria ser aperfeiçoado, adaptando-se à sua realidade (do cliente) para poder ofertar os serviços contratados e promovidos”, registrou o desembargador.

Desse modo, por unanimidade de votos, a 4ª Câmara Cível do TJPE negou provimento ao recurso interposto pela TIM Nordeste S/A contra o despacho do Juízo de 1º Grau, mantendo assim a decisão do juiz Carlos Eduardo das Neves Mathias, cujo descumprimento culminará em multa diária no valor de cinco mil reais.

A 4ª Câmara Cível do TJPE é composta pelos desembargadores Jones Figueirêdo, Francisco Tenório e Eurico de Barros. Os magistrados se reúnem toda quinta-feira, às 14h, no Palácio da Justiça de Pernambuco.

TJPE

Movimento dos Atingidos por Barragens protesta no centro do Recife

Movimento dos Atingidos por Barragens vão entregar pauta ao governo do Estado

Cerca de mil integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que ocupam a sede da Chesf desde terça-feira (13), fazem um protesto no Centro do Recife, nesta quarta (14). Eles saíram da Praça Oswaldo Cruz e vieram, em caminhada, pela Avenida Conde da Boa Vista, ocupando uma faixa da via, uma das principais da região. A Polícia Militar acompanha a manifestação, que é pacífica e não chegou a tumulturar muito o trânsito. Os manifestantes seguem em direção ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado, para entregar uma pauta de reivindicações, entre as quais a posição contrária à construção da usina de Belo Monte (PA) e a outras hidrelétricas instaladas ao longo do Rio São Francisco. A ocupação da sede da Chesf deve continuar nesta quarta, mas o acesso dos funcionários está sendo permitido pela coordenação do MAB.


Prefeitura de Petrolândia assina convênio para realização de pós-graduação de educadores da rede pública municipal

O prefeito Lourival Simões assinou um convênio com a Diocese de Floresta como o objetivo de proporcionar aos professores da rede pública de ensino formação adequada para serem agentes construtores de paz em conjunto com seus alunos, para isso serão preparados e fornecidos materiais didáticos aos educadores e aos seus respectivos alunos, para trabalharem o tema “paz”, levando em consideração os costumes e ocorrências da localidade, envolvendo os
pais, a sociedade civil e a comunidade política no debate e na busca de soluções dos problemas de violência.
 
Em parceria com a UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, será oferecido curso de pós-graduação, devidamente regulamentado pelo MEC, em “Educação e Ética para uma Cultura de Paz”, voltado para 50 (cinqüenta) educadores da rede pública municipal de ensino escolhidos por meio de Banca Examinadora do corpo de professores da UESB.

Com esta ação é esperado que se crie espaços de debate com a sociedade petrolandense, na busca de superação dos conflitos existentes, com reflexo na diminuição dos índices de violência.

Sede da Chesf no Recife continua ocupada por integrantes do movimento dos atingidos por barragens

Foto: Alexandre Souza

Em PE, funcionários da Chesf voltam a trabalhar, mas ocupação continua Movimento dos Atingidos por Barragens ocupa sede desde terça-feira (13). Nova reunião com diretoria da companhia está prevista para esta quarta-feira.

Os funcionários que trabalham na sede da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), no bairro de San Martin, no Recife, poderam voltar às atividades nesta quarta-feira (14). Em assembleia na manhã desta quarta, os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que ocupam desde a terça-feira (13) a sede da companhia votaram pela liberação da entrada dos funcionários, mas continuam acampados no local.

O integrante da coordenação nacional do MAB, José Josivaldo de Oliveira, conta que as famílias aplaudiram os funcionários. “Eles também apoiaram a nossa causa. Não queremos dar prejuízo a ninguém, queremos que nossas reivindicações sejam atendidas”, explica o coordenador.

Na terça, representantes do movimento se reuniram por mais de cinco horas com diretores da Chesf e funcionários das gerências regionais das barragens de Paulo Afonso, Itaparica e Sobradinho. Uma nova reunião está marcada para esta quarta-feira. “Vamos discutir sobre quem serão os responsáveis pelas metas e prazos das nossas reivindicações”, explica José Josivaldo.

Durante a reunião da terça, o MAB entregou uma extensa pauta de reivindicações aos diretores Administrativo, Pedro Alcântara, e de Operação, Mozart Bandeira, da Chesf. A maioria dos itens competia ao Governo Federal, como a oposição à construção da Usina de Belo Monte e outras ao longo do Rio São Francisco, além de algumas usinas hidráulicas no Brasil. Assim como a eletrificação rural de regiões na Bahia e Pernambuco.

“O balanço é positivo porque, de fato, o comportamento da estatal foi muito respeitoso e solidário com a nossa luta e até com o acampamento. A orientação foi não reprimir o movimento. Então, nesta reunião, fizemos um profundo debate sobre o modelo energético do Brasil. A gente discorreu sobre a nossa pauta, que traz questões estruturantes. São necessárias novas políticas nacionais para resolver os problemas. Hoje, não podemos culpar apenas a empresa que fez a barragem. A questão é maior”, disse José Josivaldo na terça à noite.

O MAB afirma que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cadastrou 12 mil famílias em vários estados brasileiros que não foram reassentadas após desapropriação de terrenos para construção de usinas. Segundo a assessoria de comunicação da Chesf, na instalação da Usina de Itaparica, em Pernambuco, 5,6 mil famílias receberam novos terrenos para morar. “A Chesf vai analisar se nessa relação há famílias que foram afetadas por empreendimentos da estatal”, disse o gerente de comunicação, Maurício Jatobá.

Segundo José Josivaldo, a Companhia se comprometeu a fazer um levantamento das terras que são propriedade da empresa e passíveis de reassentar famílias. “Também demos à Chesf um lista de famílias que precisam de energia elétrica e fechamos um acordo para a realização de um programa de capacitação para os camponeses. Eles também concordam conosco sobre a necessidade de renovação das concessões e redução das tarifas sociais, além de compreenderem a importância de criação de um fundo, um órgão que observe a causa das famílias atingidas”, falou.


terça-feira, março 13, 2012

Chesf recebe representantes do movimento dos atingidos por barragens

Movimento dos Atingidos por Barragens vai entregar reivindicações.
Desde a manhã desta terça-feira (13), a sede da companhia está ocupada.



Manifestantes impediram entrada dos funcionários.

Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) vão se reunir na tarde desta terça-feira (13) com dois diretores da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e funcionários das gerências regionais das barragens de Paulo Afonso, Itaparica e Sobradinho. Desde a manhã desta terça, aproximadamente mil integrantes do MAB ocupam a sede da companhia no Recife, no bairro de San Martin.
Durante a reunião, o MAB deve entregar formalmente as reinvindicações. De acordo com a Chesf, os profissionais destacados para o encontro vão analisar as propostas e dar o posicionamento do que couber à companhia. Quanto às questões que forem além da decisão da instituição, a Chesf vai analisar como pode encaminhar as reivindicações.
O próprio MAB tem consciência de que existem itens na pauta que não competem à Chesf, mas esperam que ela sirva como canal de diálogo com o governo federal. "Não podemos dizer que essa reunião vai resultar na desocupação. Queremos que o governo e a Chesf comecem a pagar a dívida social enorme que têm. O que não conseguirmos avançar aqui, esperamos que avance em Brasília", explica o coordenador do MAB, José Josivaldo de Oliveira. .
O MAB afirma ter cadastradas 12 mil famílias no Nordeste que não foram respeitadas em seus direitos ao terem as terras desapropriadas para a construção de barragens como a de Petrolândia, em Pernambuco, a de Acauã, na Paraíba, a de Castelão, no Ceará, e a de Sobradinho, na Bahia. O movimento pede que essas famílias sejam assentadas com direitos assegurados, como água, moradia e educação. "Nós somos também totalmente contra a barragem de Belo Monte, temos uma contestação aberta, ela não vai desenvolver o Brasil de forma alguma", acredita Oliveira. 
Outro dos pontos da pauta de discussão é a questão da renovação das concessões das usinas e linhas de transmissão, evitando a privatização. A assessoria da Chesf explicou que o direito de explorar algumas usinas está para vencer em 2015, mas também afirmou que já foi sinalizada a renovação, desde que houvesse uma redução gradual da tarifa, uma vez que as usinas já foram construídas. A redução das tarifas é também uma das reivindicações do movimento. "A tarifa social cobrada das famílias pobres é absurda e não vai melhorar em nada com a privatização. Queremos a redução das tarifas da energia elétrica, que é uma das mais caras do mundo", afirma Oliveira.
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Os funcionários da Chesf mostraram simpatia pela causa da renovação. "Isso interessa a nós também e a todos os cidadãos. O presidente [da Chesf, João Bosco de Almeida] já falou em palestra sobre esse assunto", conta o agente do programa Luz Para Todos, Caio Siqueira. "A gente espera que isso se resolva tanto para nós funcionários, para que possamos voltar a trabalhar, quanto para eles, que sofreram ao serem retirados de seus lares. Não estamos contra a empresa, apenas entendemos o sofrimento deles, que escolheram um núcleo de governo para protestar. Gera transtorno, lógico, mas a luta deles é justa", afirma o assistente técnico de usinas Erilio Lima.
Apesar da reunião prevista, os líderes do movimento não têm expectativa de desocupar o prédio. "Essa é uma jornada nacional. Não adianta a negociação avançar aqui e ficar travada em outro lugar. Estamos com ações em outras estatais do setor elétrico e a desocupação depende do avanço não só da pauta local, como também nacional", avisa Oliveira.
Da redação Blog de Assis Ramalho 
Fonte: G1 PE

Movimentos Sociais de Trabalhadores do Rio São Francisco - Por Juarez Duarte Bomfim

Foto aérea da cachoeira de Itaparica, em Petrolândia-PE (Foto: IBGE)

MOVIMENTOS SOCIAIS DE TRABALHADORES NO RIO SÃO FRANCISCO

O rio São Francisco, o Velho Chico, que pela sua importância já foi chamado de o rio da integração nacional, corta cinco estados do semi-árido nordestino, região conhecida por sua secas e fomes periódicas. Em sua passagem, transforma o sertão brasileiro às suas margens em pequenos oásis de fertilidade. Desde o início dos anos 1970, no entanto, vem sendo desenvolvida uma agressiva política de aproveitamento de suas águas para geração de energia elétrica. Grandes barragens têm sido construídas para isto.

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), concessionária da Empresa Brasileira de Energia (ELETROBRÁS) no Nordeste, é a empresa estatal responsável pela geração e distribuição de energia elétrica na região, e portanto, responsável direta pela construção das grandes barragens.

Quando da construção da barragem de Sobradinho, a forma dramática como aconteceu o desalojamento dos trabalhadores rurais constituiu-se em violência e injustiça social, com os camponeses sendo expulsos de suas terras sem direito a quase nada, a não ser irrisórias indenizações. Denunciou-se então ser aquela a "maior migração humana forçada após a 2ª Guerra Mundial".

Leitor do blog aponta Dr. Marquinho como vice do Prefeito Lourival Simões


Cézar Cavalcante 12 de Março de 2012 15:38
Ja está confirmado: Dr. Marquinhos será candidato a VICE prefeito na chapa com Lourival Simões.

domingo, março 11, 2012

A casa do rei do Baião Luiz Gonzaga

Casa do rei Gonzaga
Foi nessa casa de pau a pique, hoje desabitada, que Luiz Gonzaga encontrou a família quando chegou a Exu de volta do Rio de Janeiro para fazer uma visita surpresa ao seu pai Januário no ano de 1946, depois de 16 anos afastado. A história de sua recepção ele mesmo contou, falando na música Respeita Januário.
“Agora sou artista, dezesseis anos que eu não vejo o velho. Só quero fazer um desafio a ele, pra ver se ele me reconhece. Cheguei no sertão de madrugada, na minha casa velha. Frente a frente com ela. Espiei umas coisas, espiei outras. Tudo como antigamente. E eu pensando: dezesseis anos que meu pai não ver, é agora. Ô de casa, ô de casa. Ninguém. Aí me lembrei do prefixo:

- Louvado seja Jesus Cristo!

- Para sempre seja louvado.

- Seu Januário?

- Sim senhor.

- Tô vindo do Rio de Janeiro, seu Januário. Trago um recado do filho do senhor. Mandou até uma coisinha pra colocar na sua mão! Quando vier, trago logo um copo d’água pra eu, que tô morrendo de sede.

Fiquei olhando pela venda da janela. Aí vi o velho acender o candeeiro. Clareou tudo. Ai escutei o resmungado do caneco lá no fundo do pote. Aí vem o velho, corredor afora, na minha direção, chegou bem na janela que eu tava. Abriu a janela, levantou o candeeiro acima da cabeça pra clarear a minha cara e perguntou:

- Quem é o senhor?

- Luiz Gonzaga, seu filho!

- Oxen…isso é hora de você chegar em casa, seu corno? Santana, Gonzaga chegou….eita menino abusado!

Vi irmão que eu não conhecia, ninguém dormiu mais naquela noite. Até de manhã, a casa já cheia: “Canta Luiz, canta pra nós ver, Luiz!”

Da redação do Blog de Assis Ramalho
Fonte: Blog de Acilon

sábado, março 10, 2012

Secretaria de Saúde de Petrolândia realiza mutirão no bloco 03 do Limão Bravo

A Secretaria de Saúde de Petrolândia realizou um mutirão da saúde no bloco 03, conhecido como Limão Bravo. Foram oferecidos aos moradores atendimentos especializados nas áreas de urologia, cardiologia, otorrinolaringologia, ortopedia, clínica geral, odontologia e enfermagem.
Pacientes realizaram exames mais simples e os que necessitavam de exames de média e alta complexidade já saíram com a data agendada.

O prefeito Lourival Simões, destacou que a ação partiu do atendimento às demandas existentes, pois os moradores desta localidade têm dificuldade de locomoção para acessar o serviço de saúde do município. “Antes fazíamos um mutirão levando os pacientes para a realização de exames, ou atendimentos no hospital, invertemos e estamos levando os profissionais da saúde nas localidades mais distantes”, completou Lourival Simões.

O prefeito ainda lembrou que haverá uma ação semelhante para atender os moradores dos Mandantes (bloco 04), sendo incluído também o atendimento nutricional.

Assessoria PMP

As voltas que a política dá: Reaproximação Jarbas x Eduardo: via de mão dupla



O fato de o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ter aceito uma reaproximação com o governador está sendo comparado dentro do Palácio das Princesas à atitude de Eduardo, quando em 2005, ele se recusou, como sugeriu um dos seus aliados, a bater em Jarbas. E tão logo começou a campanha para sucessão estadual de 2006, Eduardo afirmou que não era o anti-Jarbas, mas o pós-Jarbas. A obsevação é de Marisa Gibson, hoje, na sua coluna do DP. Ela acrescenta:

Quem deve estar vendo com um olhar enviesado a reaproximação entre Eduardo e Jarbas é o deputado federal Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, amigo do governador e que hoje está distanciado do senador peemedebista de quem já foi aliado.
Blog do Magno

Petrolândia, um paraíso em pleno Sertão de Pernambuco


Nós, que somos com ''muito orgulho'' sertanejos, infelizmente às vezes temos que ouvir algumas ''besteiras'' de certas pessoas preconceituosas, que acham que aqui só tem coisas ruins como seca, etc. Neste sabadão(10) gostoso aqui na nossa região, o Blog de Assis Ramalho posta uma foto que não é de Copacabana (RJ), não é das praias do litoral de São Paulo, não é de Santa Catarina, mas da orla fluvial da cidade de Petrolândia(PE).

 Da redação do Blog de Assis Ramalho
Foto: Assis Ramalho

sexta-feira, março 09, 2012

Prefeito de Petrolândia, Lourival Simões, fala sobre a invasão do MST ao Reservatório da Chesf

Prefeito Lourival Simões, intermediando a reunião

O Prefeito Lourival Simões, prefeito de Petrolândia, concedeu entrevista ao Blog de Assis Ramalho nesta quinta-feira (08), após reunião realizada na Prefeitura de Petrolândia. Na ocasião, o Prefeito intermediou o debate entre lideranças do MST, representantes da Chesf, do Incra e agricultores de Agrovilas do Bloco 02 da Reta. No encontro foi tratada a invasão do MST ao Reservatório da Chesf, localizado no Sítio Quixabinha, na divisa entre os municípios de Tacaratu e Petrolândia, no último domingo (04).


Lourival Simões falou dos acordos não cumpridos por parte da Chesf,  Incra, Codevasf, afirmando acreditar que o impasse pode ter um desfecho positivo, em reunião que vai acontecer na próxima segunda-feira (12), entre lideranças do MST, da Chesf, Incra, Codevasf e do Governo do Estado de Pernambuco. Mas o prefeito fez um alerta: ''Se lá, na reunião que vai acontecer no Recife, com todas as autoridades, nada for resolvido, acima deles só está a Presidente da República, Dilma Roussef. Então, se lá não resolverem, acredito eu, que não vai ser resolvido em canto nenhum", disse o Prefeito. Acompanhe abaixo:

Assis Ramalho: Lourival, faça sua avaliação, após o final desta reunião.

Lourival Simões: Olha, Assis, na segunda-feira nós fomos surpreendidos com a ocupação do Reservatório, na Reta de Tacaratu, e fomos lá ver, na verdade, do que se tratava. Afinal de contas, várias e várias pessoas são do município de Petrolândia, têm familiares aqui, e ficamos preocupados quando tomamos ciência do fechamento das águas que abastecem o perímetro da Reta. Chegando lá, nos deparamos com a situação, com os agricultores que estavam ocupando o Reservatório querendo entrar em contato com a Chesf, com a Codevasf e com o Incra, para que fosse solucionado o problema da água deles. E fomos lá para saber, na verdade, o que estava se passando, e o que a gente poderia auxiliar. Nos colocamos à disposição, fizemos os contatos com o Secretário da Agricultura (do Estado de Pernambuco), Ranilson Ramos, o qual fez o contato com a Chesf, para que fosse marcada esta reunião, que era para ser originalmente em Paulo Afonso. Mas depois foi discutido que seria no Município de Petrolândia, onde a Prefeitura cedeu o espaço para que houvesse a conversa entre o pessoal do MST e os representantes da Chesf e do Incra, que estiveram conosco, e os agricultores que foram prejudicados pelo bloqueio das águas, para que chegassem a um entendimento. Afinal de contas, Assis, muita gente diz que um está certo, o outro está errado, mas na verdade a ocupação se fez necessária por conta do não respeito aos acordos feitos anteriormente. Então serviu para cobrar novamente à Chesf, ao Incra e aos responsáveis para que se realizasse a colocação da tubulação pra colocar água, para que sejam produtivos os novos perímetros que estão sendo implantado. E isso obviamente gera transtorno na vida dos outros. Então a ideia foi justamente isso, Assis: para que a gente, dialogando, tente resolver este impasse e sair com uma pauta de encaminhamento para ser discutida na cidade do Recife, na segunda-feira, onde lá estarão presentes o presidente do Incra (em nível nacional), o Presidente da Codevasf (em nível nacional), o presidente da Chesf, o Secretário de Agricultura do Estado de Pernambuco, além dos representantes do Incra e da Codevasf de Petrolina e do Recife. Então eu disse, no final da reunião, a Jaime Amorim, coordenador geral do MST de Pernambuco: "Se lá, com todas essas autoridades, não resolverem, acima deles só está a Presidente da República, Dilma Roussef." Então, se lá não resolverem, acredito eu que não vai se resolver em canto nenhum. Mas a gente precisa justamente intermediar para não tenha nenhum tipo de problema, nem gere nenhum tipo de violência, conflitos, porque eu tenho certeza, Assis, que (isso) não é o meu interesse, nem o seu, nem o de ninguém, e muito menos dos próprios agricultores que estão lá, tanto os ocupantes (do Reservatório) quanto os que estão produzindo. A gente quer aqui registrar  a permanência da Polícia Militar de Pernambuco lá no reservatório. E do Exército também, que já se fez presente, afinal de contas a Chesf é um órgão pertencente ao Governo Federal, e, graças a Deus, até agora tem sido um movimento pacífico.


Assis Ramalho: Lourival, valeu seu apelo para que o MST liberasse a água, pelo menos até a reunião na segunda-feira, porque a princípio eles não queriam liberar até que acontecesse a reunião.

Lourival Simões: É verdade, Assis. Porque se não (liberassem a água), ficaria uma situação muito complicada, até para eles mesmos. Afinal de contas, eles estão lutando por algo que eles desejam, algo que foi prometido e não foi cumprido nem por Codevasf, Chesf, nem pelo Incra. Mas a gente se preocupa com aquele que está produzindo também. Afinal de contas, Assis, não esqueça que, na Reta, passaram-se 23 anos esperando a água chegar para que os projetos saíssem do papel. Você lembra que anos atrás eles receberam as indenizações e algo em torno de 100 famílias permaneceram lá brigando, lutando para que se tornassem projetos produtivos, e hoje nós vemos as pessoas produzindo. Então também a gente não pode deixar que essas pessoas saiam prejudicadas por conta do não cumprimento das promessas feitas pela Chesf, pelo Incra e pela Codevasf. Então pedimos a ponderação, porque a reunião estava em um momento meio complicado, mas, graças a Deus, eles entenderam, todas as lideranças do movimento que estiveram aqui entenderam.

Assis Ramalho: Obrigado, Lourival, pela entrevista.

quinta-feira, março 08, 2012

Em Petrolândia, leitora do Blog encontra cadelinha desaparecida

Cléo está de volta ao aconchego de seu lar. 

‎"Gestos de carinho, atenção e delicadeza fazem-nos perceber quanto algumas pessoas são especiais na forma de ser e como são bem-vindas as suas ações. Muito obrigado Assis por toda a força dada para achar minha Cléo!" (Amélia de Carvalho Parahym)

Em entrevista ao Blog, Coordenador de Assentamento da Chesf diz que o povo costuma bater na porta errada

Paulo Barbosa em reunião(camisa preta).
O Blog de Assis Ramalho entrevistou o coordenador do Empreendimento do Sistema do Reassentamento de Itaparica, logo após reunião com líderes do MST, realizada na Prefeitura de Petrolândia nesta quinta-feira  (08), em que foi discutida a invasão do Movimento Sem Terra ao reservatório de água da Chesf no Sítio Quixabinha, na divisa de Tacaratu/Petrolândia.

O Sr. Paulo Barbosa esclarece que a responsabilidade da Chesf se limita ao atendimento dos reassentados, grupos diretamente atingidos com a construção da Barragem de Itaparica. Segundo ele, a Chesf cumpre todas as suas obrigações com essas pessoas. Quanto às reivindicações de Movimentos Sociais (Movimentos Sem Terra, Sem Teto, entre outros), como são exemplo os assentamentos do INCRA, o Sr. Paulo Barbosa informa, embora demonstre boa vontade em ouvi-los, a Chesf não tem nenhuma responsabilidade quanto a eles, por não fazerem parte do projeto original de reassentamento da Chesf. Procurar a Chesf, nesses casos, seria bater à porta errada. Ele orienta que esses movimentos devem procurar os órgãos municipais, estaduais e federais responsáveis por políticas de atendimento às demandas sociais.

Assis Ramalho:  Paulo Barbosa, o senhor, como representante da Chesf, como vê a insatisfação dos assentados com relação a tudo isso?

Paulo Barbosa: Olha, veja o seguinte: A gente trabalha em uma empresa, que apesar de ser do Governo, ela tem limites. A gente é responsável pela geração e transmissão de energia elétrica do Nordeste, mas esta questão de irrigação não é com a gente. A Chesf entra com a posição dela até onde pode. Aonde a gente pode ir com os movimentos sociais, a gente vai com a maior boa vontade. Hoje, a gente está aqui, mas a gente podia não ter vindo para esta reunião, mas estamos aqui para atender a eles. O que eu quero dizer é que, se a gente está preparando uma pauta para uma reunião de superiores, a gente pode até estender este limite, mas o limite chega aqui, e foi isto que a gente tentou explicar pra eles.

Assis Ramalho: Mas o senhor, como representante da Chesf,  tem que concordar que estas reivindicações já vem há muito tempo, e o povo está sofrendo...

Paulo Barbosa: Veja o seguinte: a Chesf tem a responsabilidade com os reassentados, e aí é uma obrigação legal, legítima que a gente vem cumprindo. Já com os movimentos sociais, a gente não tem esta responsabilidade. Quem tem são outros órgãos do Governo.

Assis Ramalho: Então de quem seria a responsabilidade?


Paulo Barbosa: O Governo detém órgãos, como o Incra, a Codevasf, tem outros órgãos da Secretaria Social que podem fazer estas orientações de Políticas (Sociais). Na verdade, muitas vezes eles batem na porta errada.

Assis Ramalho:  Agora, porque existe este jogo de empurra? A Chesf joga para Codevasf, que joga para o Incra, que joga para não sei quem. Que jogo é este?


Paulo Barbosa: Olha, eu discordo de você. Não há jogo de empurra. É porque o povo não entende e bate sempre na porta errada. Na verdade, a Chesf sempre cumpriu com os seus compromissos, eles é que estão batendo na porta errada.


Assis Ramalho:  Há, tá bom... o povo é que está errado (o povo gostaria de saber qual a porta certa).  O senhor vai participar da reunião da próxima segunda-feira (12) no Recife?


Paulo Barbosa: Vou.

Assis Ramalho: Boa sorte!

Da Redação do Blog de Assis Ramalho

Após reunião em Petrolândia, representantes do MST liberam água para as Agrovilas do Bloco 02

Foto(Assis Ramalho)
Desde domingo (04) cerca de 700 famílias de assentamentos ligados ao MST estão acampadas em área restrita da Chesf, situada na divisa de Petrolândia e Tacaratu, sertão de Pernambuco 

Ao longo desta quinta-feira (08), foram realizadas na Prefeitura de Petrolândia, reuniões entre líderes do MST, agricultores das Agrovilas do Bloco 02 da Reta, representante do Incra,Chesf, líderes de Associações e o Prefeito da cidade, Lourival Simões, para discutir o impasse estabelecido após a ocupação do Reservatório da Chesf, no sítio Quixabinha, desde o último domingo. Os agricultores das Agrovilas da Reta alegam que estão sendo prejudicados com a falta de água e que as plantações foram afetadas, com queda na produtividade. 

Após vários debates, ficou acertado que a água do Reservatório da Chesf será liberada para os agricultores das Agrovilas do Bloco 02 da Reta, durante 08 horas por dia, até o domingo (11). Porém, novas ações poderão ser tomadas, a depender do resultado do encontro decisivo que acontecerá na próxima segunda-feira (12) em Recife, entre representantes dos ocupantes do Reservatório e de órgãos estaduais e federais.

O clima da reunião foi tenso. Em determinado momento, os representantes do MST chegaram a afirmar que não iriam fazer concessões e a água do reservatório não seria liberada, se não chegassem a um acordo naquele momento. A insatisfação aumentou quando Paulo Barbosa, coordenador do empreendimento do Sistema do Reassentamento de Itaparica, afirmou que nem tudo que a Chesf queria fazer poderia ser feito e que estaria ali apenas para articular a reunião em Recife, no próximo domingo. O representante da Chesf foi contestado pelo Coordenador Geral do MST, Jayme Amorim, que afirmou que aquilo era uma vergonha e se fosse daquela maneira, nem era preciso a Chesf ter mandado representante.

Como representantes dos agricultores das Agrovilas do Bloco 02 da Reta, Sérgio e Alzira falaram dos prejuízos que todos estão sofrendo, devido à falta de água, e apelaram aos líderes do MST, enfatizando que a luta deles é válida, mas que não prejudiquem os outros trabalhadores.

Sentindo o clima pesado, o Prefeito Lourival Simões, pediu a palavra. Fez suas ponderações e, no final, fez um apelo aos líderes do MST para que liberem a água do Reservatório até segunda-feira (12), quando vai acontecer a reunião no Recife. Depois de muito diálogo, os líderes do MST pediram que todos se retirassem da sala de reunião, para eles ficassem sozinhos e decidissem em acordo interno.

Na segunda parte da reunião, depois de muitas conversas e explicações de todas as partes, ficou acordado que as águas do reservatório serão liberadas 8 horas por dia para os agricultores das Agrovilas do Bloco 02 até o próximo domingo (11). O posicionamento dos ocupantes do Reservatório quanto à liberação de água para irrigação das Agrovilas será reavaliado segunda-feira (12), dependendo dos resultados da reunião que ocorrerá em Recife.

A água estará disponível para abastecimento das Agrovilas no período de 7h00 às 15h00, a partir desta sexta (09).

Entenda o caso:

Na manhã de domingo (04), mais de 700 famílias invadiram a estação de recepção e bombeamento e acamparam numa área pertencente à Chesf. Os ocupantes da área são assentados ligados ao MST. Eles reivindicam que a Chesf providencie o abastecimento de água para os assentamentos.

Diversas agrovilas possuem perímetros irrigados, entre elas as Agrovilas do Bloco 02 da Reta, onde são produzidas frutas e verduras. O fornecimento de água para os empreendimentos rurais foi interrompido no domingo, quando lideranças do MST ocuparam o Reservatório da Chesf, situado no sítio Quixabinha, e fecharam a válvula.

Os agricultores interromperam a irrigação em protesto. Eles afirmam que, em 2005, fizeram acordo com a Chesf para que a água também chegasse a 21 agrovilas e seis assentamentos. Mas, de acordo com o MST, atualmente 1.300 famílias ainda dependem da água de poços e do abastecimento de carros-pipa.

Para permitir que essas agrovilas e assentamentos também possam se tornar produtivos, os ocupantes da área pressionam a Chesf para canalizar água suficiente, atendendo às necessidades de todos.

Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho
       









 


8 de março: Dia Internacional da Mulher

O Blog de Assis Ramalho felicita todas as mulheres pela passagem do Dia Internacional da Mulher. 

quarta-feira, março 07, 2012

06 de março de 1988, um dia marcante na história de Petrolândia

Em 1988, Petrolândia foi desapropriada pela Chesf para construção da usina hidrelétrica Luiz Gonzaga. Tal obra resultou na inundação da cidade. Hoje, as ruínas da cidade antiga podem ser apreciadas através de mergulhos. Logo, houve a transferência do município para uma área, rumo a construção de uma nova história.
 
Essa transferência de Petrolândia para a Nova Petrolândia, ficou marcada pela data de 06 de março, que até poucos anos atrás, estava apenas na história, mas que hoje é considerada data inesquecível, e com direito a feriado para os Petrolandenses, que mostram brilho nos olhos ao explicar aos colegas de cidades vizinhas o porque do feriado, trata-se da data de transferência da antiga Petrolândia para a Nova. Hoje, podemos inclusive acompanhar em redes sociais, páginas e grupos que lembram e relembram fotos, cenários e momentos da antiga cidade e das pessoas que marcaram essa mudança.

A Nova Petrolândia (nome apenas de batismo, já que os moradores insistem em chamá-la apenas por Petrolândia) é dotada de excelente infraestrutura urbana com elevados percentuais de ruas pavimentadas, abastecimento de água e tratamento de esgoto. A cidade vem nos últimos anos, se tornando uma das mais importantes da região do Sertão do São Francisco, e aliás, se destacando no Estado de Pernambuco.

Programação da Prefeitura de Petrolândia para o Dia Internacional da Mulher

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura Municipal de Petrolândia, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, Juventude e Cidadania, Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria de Cultura Esporte e Lazer, estará realizando ações voltadas para as mulheres do município, neste dia 08, quinta-feira.

A partir das 17 horas, na Praça da Matriz, serão oferecidas gratuitamente as seguintes ações:

Realização de Ultrassonografia de Mama
Exames de Colposcopia
Exames Preventivos do câncer de útero
Limpeza dentária
Triagem para prótese
Teste rápido de HIV
Estande de beleza com maquiagem, corte de cabelo, manicure e massagem.
Oficinas de artesanato do CRAS

Apresentações culturais, palestras, etc.
Parabéns a todas as mulheres de Petrolândia e de todo o Brasil.

MST invade reservatório da Chesf e deixa lotes das Agrovilas do bloco 02 da reta sem água

Sérgio e Ednaldo, agricultores que se dizem prejudicados pelo  MST

Sentindo-se prejudicados, agricultores de Agrovilas da reta, procuraram o Blog de Assis Ramalho para reclamar da falta de água para irrigação de seus terrenos.

Os agricultores das agrovilas da Reta, Ednaldo e Sérgio, procuraram o Blog de Assis Ramalho para reclamar da situação em que se encontram os trabalhadores daquela região, após o MST invadir o reservatório da Chesf, situado no sítio Quixabinha, na divisa entre os municípios de Tacaratu e Petrolândia. Segundo eles, com a invasão, os integrantes do MST interromperam o abastecimento de água para irrigação de lotes nas agrovilas 04, 06, 07, 08 e 09 da Reta.

O agricultor Ednaldo, que tem plantações na Agrovila 09, afirmou que respeita o movimento do MST, desde que eles não prejudiquem os outros trabalhadores. ''O problema é o seguinte: O que disse o líder do MST (Vilmar), não é verdade, porque tem três dias que nós, que temos plantações, estamos sem água. Pode ir agora na Agrovila 09, onde eu tenho plantação, que você vai ver que temos melão lá que dá 35 mil Kg, e que estamos tirando hoje, e este melão perde o peso por falta de água, e só foi liberado a água ontem (terça-feira) à noite, porque Sérgio pediu para que a liderança do MST liberasse. Portanto não foi a Chesf, e sim Sérgio. Portanto a gente concorda que o MST lute pelos seus direitos, mas respeitando os direitos de quem já tem, porque o nosso projeto não tem 5 nem 10 anos não, nós temos mais de 30 anos. O que o MST está fazendo, se é para pressionar a Chesf, Codevasf, o Governo do Estado, quem quer que seja, que lutem. Mai desde que não destruam o que os outros construíram, que durou mais de 30 anos, e que não haja um encontro de trabalhadores contra trabalhadores'', disse.

Ednaldo também fez questão de dizer que os recursos dos plantios são do próprio bolso. ''Nós tentamos empréstimos (nos bancos), mas não conseguimos, porque existem muitas burocracias, e eu pergunto: Se eu, assim como meus colegas, perder tudo que plantamos, quem vai responder e pagar por isso? Eu quero que alguém se responsabilize pelo que nós estamos perdendo. Vai ser a Chesf? a Codevasf? o Governo do Estado? Então, todos nós temos que lutar pelos nossos direitos'', finalizou o agricultor Ednaldo da Agrovila 09 do bloco 02 da Reta.

Outro agricultor que também fez suas reclamações ao Blog, foi Sergio, que segundo ele, varou a madrugada de terça para quarta-feira negociando com os líderes do MST. ''Nós tentamos fazer um acordo para que eles liberassem a água por pelo menos cinco horas, para que todos os agricultores pudessem irrigar as suas agriculturas, porque estão morrendo, e todos nós estamos prejudicados. Eles primeiramente disseram que iriam liberar cinco horas de água, e depois não resolveram nada. Então eu saí sem resposta alguma. Mas quando foi por volta de seis horas eu recebi uma ligação, dizendo que iriam liberar a água à noite. Só que, devido ao reservatório não estar bem abastecido, a água não chegou com a intensidade necessária, e não molhou bem as plantações. Então de todas as formas nós continuamos sendo prejudicados, e em reunião com todos os agricultores daquelas agrovilas, nós resolvemos procurar os nossos direitos, coisa que vamos fazer agora perante a justiça", disse Sérgio.

Tanto Sérgio quanto Ednaldo afirmaram ao Blog de Assis Ramalho que não são contra o movimento do MST, mas desde que os trabalhadores que têm plantações irrigadas não fiquem prejudicados.

Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho

terça-feira, março 06, 2012

Trabalhadores do reassentamento de Itaparica deixam prédio da Codevasf em Petrolina

 




O Blog de Assis Ramalho recebeu informações de José Luiz (Zé Pezão), vereador de Petrolândia, afirmando que a ocupação do prédio da Codevasf chegou ao fim, depois de acordo com representantes da Codevasf, Chesf e Governo.

Por volta das 15h30, cerca de 700 manifestantes deixaram as dependências da Codevasf em Petrolina, onde estavam acampados desde ontem (5).

O grupo resolveu desocupar o prédio depois de acordar com o superintendente interino da Codevasf, Luís Manoel, uma audiência para próxima segunda-feira (12) com representantes do Ministério da Integração Nacional, Codevasf e Chesf.

O objetivo da manifestação é conseguir melhorias para os reassentados da barragem de Itaparica, na região de Petrolândia (PE), que sofrem com a falta de políticas públicas desde que a área foi inundada, há mais de 20 anos.

Zé Pezão afirmou também que os líderes da região de Itaparica/Petrolândia, que participaram da manifestação, já estão a caminho de casa.

Da Redação do Blog de Assis Ramalho

Leitor do Blog opina sobre matéria: ''Cerca de 700 trabalhadores do reassentamento de Itaparica ocupa escritório da Codevasf em Petrolina

GOVERNO E CHESF-CODEVASF precisam cumprir o prometido. Eles estão todos na vida boa, e como sempre esquecem do trabalhador que precisa de terra pra plantar e colher... É a vida deles e de vossas famílias! Deixaram tudo em nome de um tal progresso. O progresso veio, mas e a vida do pequeno trabalhador rural sem chão, sem terra pra plantar, e ter o seu sustento? Deixaram de mão, pensando que um dia iriam esquecer. Mas graças aos homens de bem que sempre lutam pelos seus direitos, assim como um dia fizeram com a construção da barragem estão apenas correndo atrás dos seus direitos. Estão apenas reivindicando aquilo que um dia foi prometido e que até hoje não se cumpriu. Aí vem a Chesf, querendo "pagar" em dinheiro. Dinheiro não serve! Um dia acaba. Devolvam a terra a esse povo, deem o que é justo, já que um dia vcs tomaram deles.
Parabéns, líderes! Vicente Coelho, Eraldo, Zé Pezão e demais, vocês só estão lutando para garantir o que é de vocês, o que é do mais necessitado. Se não fossem vocês, talvez não existissem as agrovilas, as comunidades rurais. Lutem, lutem e lutem!
por NC (anônimo), leitor do blog

Para entender (disponível em www.codevasf.gov.br/programas_acoes/sistema-itaparica-1)

A área inundada pela usina, o lago de Itaparica, que se estende por 150 km e cobre uma superfície de 83.400 hectares dos estados da Bahia e de Pernambuco, resultou no reassentamento de Itaparica, a fim de compensar o impacto causado sobre, aproximadamente, 10,5 mil famílias que moravam na localidade, das quais 4,6 mil (cerca de 21 mil pessoas) na zona urbana e 5,9 mil (cerca de 19 mil pessoas) na área rural, entre essas 200 famílias indígenas da tribo Tuxá.

Desde o início da criação do reassentamento de Itaparica, em 1987, ficou definido pelo governo federal que, após a implantação dos projetos de irrigação, a empresa pública que assumiria o controle e o acompanhamento de suas operacionalizações seria a Codevasf. Isso foi decidido em função da empresa ser órgão do governo que atua no desenvolvimento da região, e por ter foco e experiência na implantação e administração em Perímetros Públicos de Irrigação.

Pela mesma razão, a participação da Codevasf na administração, operação e manutenção dos perímetros irrigados de Itaparica, após as suas construções e implantações, foi uma exigência do Banco Mundial para a liberação dos financiamentos e prontamente atendida, na época, pelo Ministro Extraordinário da Irrigação.

O primeiro convênio foi assinado em 1990. Nele, coube à Codevasf assumir a operação e manutenção da infraestrutura de irrigação e drenagem, como forma de apoio ao convênio. A Chesf, por sua vez, ficou responsável por garantir o suporte econômico-financeiro ao convênio, transferindo todos os recursos necessários para a execução das ações previstas. De lá para cá, foram três convênios. No entanto, em um Plano de Mobilização dos Reassentados/as, há relatos de situações de precariedade em torno da infraestrutura de assistência técnica e extensão rural, irrigação, serviços de operação e manutenção, dentre outros. 

Secretaría de Agricultura de Petrolândia distribui sementes aos agricultores

A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Petrolândia divulgou o calendário do programa de distribuição de sementes da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Governo do Estado de Pernambuco, que no município é coordenada pelo Instituto Agronômico de Pernambuco-IPA e conta com o apoio da Prefeitura de Petrolândia.

Serão distribuídas 20 toneladas de sementes que beneficiarão as comunidades que possuem áreas de sequeiros (não irrigadas).
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As áreas que serão beneficiadas:
28/02/12 Mandacaru
29/02/12 Barrocão
02/03/12 Vila Nova

05/03/12 Mata Cabra
06/03/12 Logradouro
07/03/12 Mundo Novo
09/03/12 Piancó

12/03/12 Brejinho da Serra
13/03/12 Brejinho de Fora
14/03/12 Lagoinha

O Secretário de Agricultura de Petrolândia, Fábio Menezes, destaca a importância do programa no município. “A prefeitura não mede esforços em apoiar este programa, sabemos da importância para os pequenos agricultores da área de sequeiro, disponibilizamos veículos e carregadores para que as entregas sejam feitas no tempo hábil para que os produtores não percam o momento ideal do plantio”, enfatiza o secretário.

Assessoria da Prefeitura de Petrolândia

Trabalhadores rurais do MST que invadiram o reservatório do Sitio Quixabinha, aguardam por reunião com dirigentes da Chesf.

O Blog de Assis Ramalho visitou o Acampamento e entrevistou o líder do movimento, Vilmar. Ele fala que a mobilização já vinha sendo trabalhada há alguns meses por conta de um acordo não cumprido pela Chesf, Codevasf e equipe do Governo.

Fotos: Assis Ramalho
Domingo (04), cerca de 800 famílias de assentados do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, invadiram o reservatório da CHESF localizado no Sítio Quixabinha, próximo à divisa dos municípios de Petrolândia e Tacaratu. Liderada por Vilmar, dirigente estadual do MST-PE, a ocupação foi pacífica.

No final da tarde de segunda-feira (05), visitei o acampamento. Conversei com Vilmar, obtendo a seguinte entrevista para o Programa “Acordando com as Notícias”, transmitido pela Rádio 102,7 FM a partir das 5 horas da manhã, e para este Blog.

Assis Ramalho: Vilmar, faça um resumo desse movimento de vocês. Começou quando e o que vocês estão reivindicando?

Vilmar: Essa mobilização já vem sendo trabalhada há alguns meses, por conta de uma acordo não cumprido com a própria CHESF, com a Codevasf e equipes do Governo. Quando foi criado o Assentamento Antônio Conselheiro I e II, em 2004, dentro do acordo seria de o Governo, em conjunto com a Chesf e a Codevasf, esses órgãos, dar 2 hectares de terra irrigada para cada família assentada, o que até então não se cumpriu. De lá para cá já tivemos mais duas negociações e nenhuma se cumpriu. Por isso que essa agora a gente demorou mais tempo para preparar as famílias e viemos com bastante força. Estamos aí, em média, com 800 famílias mobilizadas. Estamos trabalhando uma metodologia em que um grupo vai e o outro vem, para dar apoio, pra garantir que não mais eles (os representantes da Chesf, Codevasf e Governo) venham e “coloquem folhas no nosso nariz” (ditado popular na região, “encher de folhas o nariz de fulano”, significa fazer promessas sem pretender cumpri-las), como fizeram no passado, e a garantia de que vamos negociar e que vamos sair daqui com a vitória, que é levar água para que as famílias possam produzir em seus assentamentos.

Assis Ramalho: Vilmar, essa reivindicação, pelo que a gente percebe, já é de alguns anos. Chegou ao ponto de vocês se cansarem de tanta promessa?

Vilmar: Pois é, das promessas a gente pode se cansar, mas da luta nunca. Então, por isso que hoje nós estamos aqui, preparados pra resistir. Já tem algumas intermediações, mesmo que por celular, por telefone e reunião já prevista. Amanhã a gente vai tentar conversar com o grupo local da Chesf, mais pra discutir os pontos de pauta. Na quinta-feira (08), a gente sentaria com toda a coordenação da Chesf  pra, digamos assim, afinar esses pontos, e na segunda-feira, à tarde, com o presidente da Chesf no Recife, na sede do Recife, e vai estar também conversando conosco alguns representantes do Governo do Estado e o presidente da Codevasf e o superintendente do INCRA/Petrolina, Vitor Hugo Melo.

Assis Ramalho: Quais as lideranças políticas aqui do município (Petrolândia ou Tacaratu) que apareceram (representantes da Chesf, prefeito), quem apareceu aqui?

Vilmar: Até o momento, quem entrou em contato conosco da Chesf, se recusou a vir até este local onde nós estamos pra trabalhar os pontos iniciais (da negociação).

Assis Ramalho: Por que se recusou?

Vilmar: Segundo eles alegaram, aqui não seria um espaço adequado e queriam que nós nos dirigíssemos até (às cidades de) Petrolândia ou Paulo Afonso. Mas há uma necessidade, antes, das famílias de estar presenciando também o momento. A gente sabe que não vai ser possível sentar todo mundo e ouvir todo mundo ao mesmo tempo, mas (há) um espaço reservado para o grupo de negociação, que são os presidentes das Associações, com carro de som pra transmitir a voz, e aí todo mundo, ao mesmo tempo, vai saber do que está se tratando, qual é a proposta. E em relação a quem compareceu, e aí é uma grande figura que já vem (nos) dando suporte, desde quando foi eleito, que é o prefeito (de Petrolândia) Lourival Simões, já esteve aqui hoje (segunda, 05). Veio conversar com a gente, saber como é que estava acontecendo, como é que estava o andamento e também prestar o apoio, enquanto representante do município, inclusive já fez uma ponte com Ranilson Ramos, Secretário do Governo do Estado, da Secretaria de Agricultura, e também ficou de fazer a ponte com o pessoal da Chesf para que eles possam vir aqui, sem nenhum problema.

Assis Ramalho: No caso, os representantes da Chesf ficaram de vir aqui quando mesmo?

Vilmar: A proposta que eles passaram seria na quinta-feira (08), pra conversar. E um segundo momento, que seria no Recife, com o presidente da Chesf.

Assis Ramalho: Vocês não abrem mão deste encontro ser aqui no assentamento de vocês. Ou não?

Vilmar: Não abrimos mão, porque é uma também questão geográfica, eles (precisam) vir aqui, como eles alegam que esta água não é suficiente, mas tem dados que podem ser trabalhados. E também pra visualizar como é que estão localizadas as agrovilas, que elas estão todas aqui, abaixo desse reservatório, com muita água, e ao mesmo tempo que, ao lado, os trabalhadores podem produzir e de outro (lado, outros trabalhadores) ficam impossibilitados de produzir pela questão de não ter água. Então, se estamos lutando pra construir um país democrático, acreditamos que a água é um direito de todos e é vida. Por isso nós estamos aqui resistindo.

Assis Ramalho: Para finalizar, vocês iniciaram esse movimento (de ocupação) ontem (domingo, 04)? Tem data para terminar?

Vilmar: Ontem. Ocupamos ontem. Data para terminar não tem. Só após a negociação, se tivermos resultados positivos, e com certeza vamos ter. Estamos acreditando na luta, acreditando nas parcerias que é possível chegar a um entendimento.

Assis Ramalho: Com certeza, Vilmar, é importante a união de todos, coisa que percebe aqui nesse movimento.

Vilmar: É a união tem sido um elemento fundamental. A gente sempre trabalha com os presidentes das associações, conscientizando para que nunca percam essa mística da unidade. Porque quando o assentado passa a ter a sua terra, sua casa, ele começa a olhar o assentamento (como sendo apenas) minha casa, meu lote, e esquece que muitas lutas ainda virão. Ninguém sozinho consegue criar um assentamento, ocupar uma fazenda ou uma área e reivindicar ela e ter o seu assentamento. Então, assim como foi no início da ocupação, a gente quer que isso continue pra sempre, porque sempre vai haver necessidade de se fazer luta. E por isso que  o povo vai ter que estar sempre unido, pra no momento certo, na hora certa (agir). Claro que respeitando os direitos dos demais também, porque a gente entende que todo mundo tem direito, mas o (direito) de um começa quando o do outro termina.

Assis Ramalho: Uma curiosidade minha. Como é (a organização em) um movimento desses, por exemplo, para o pessoal dormir, ter alimentação? Deve ser algo bem organizado mesmo e (feito) com muita força de vontade.

Vilmar: A necessidade faz com que as pessoas se unam. Tem um ditado que diz que só existem duas coisas no mundo que fazem com que as pessoas se unam: uma delas são as festas comemorativas, quando as pessoas se reúnem para comemorar, e a outra são as dificuldades. Quando você olha pros quatro cantos, que você vê que não consegue sozinho, aí você procura unidade pra resolver. E a questão da alimentação, a gente vem trabalhando. Tanto as próprias famílias vem se ajudando no que podem, com um arroz, um macarrão, e também solicitamos uma contribuição social do município para que pudesse estar nos assessorando com alguns itens que são necessários.

Assis Ramalho: Vilmar, deixo o espaço no meu programa “Acordando com as Notícias”, e também no Blog de Assis Ramalho, para que você deixe sua mensagem para a sociedade, para o Movimento, para as autoridades. Fique à vontade.

Vilmar:  A mensagem que a gente quer deixar é que as pessoas que não conhecem o movimento (MST), o caráter do Movimento, que procure pesquisar um pouco mais sobre a história do Movimento, sobre a história das lutas de classes, por que é que nós lutamos, por que é que nós fazemos luta, qual a importância dos movimentos (sociais) neste país. Porque a gente sabe que a dificuldade que nós temos hoje é a facilidade de uma grande minoria que está por aí, quando a gente fala em relação a projeto de sustentabilidade. A gente vê o agronegócio, são milhões e milhões, é onde o Governo libera sem nenhum problema, simplesmente pra causar danos ao meio ambiente, com aplicação de agrotóxicos e outras coisas mais. A agricultura familiar que deveria ser mais enxergada e mais respeitada, recebe muito pouco, mas são esses, os pequenos, que colocam alimento na mesa de toda a população brasileira. Por isso eu queria deixar uma mensagem de (que é preciso) muito estudo pra ter clareza e conhecimento em relação ao Movimento. Inclusive essa mobilização aqui, ela não é uma mobilização porque a gente não precisa da água só pra tomar banho. A gente entende que a água é o elemento X da vida de toda a Humanidade, dos pássaros, das árvores, e se nós estamos aqui é porque queremos trabalhar. Queremos mostrar pra sociedade que nós não viemos aqui, nós não lutamos pra ocupar terra simplesmente pra ganhar terra, mas pra dizer que somos capazes de produzir alimentos de qualidade pra garantir a soberania alimentar pra todo o povo brasileiro.

Assis Ramalho:  E isso num movimento pacífico (de ocupação).

Vilmar: Líder Estadual do MST
Vilmar: É, estamos pacíficos. Agora, a passividade vai dependendo de cada situação. Mas acreditamos que aqui está sob controle. As associações estão colaborando bastante, os presidentes estão todos empenhados. A companheirada também, de tanto sofrer, já entendeu a importância de a gente manter a unidade, mas também o respeito, que é importante até para que a gente seja bem visto também. Inclusive, aqui nós já estamos acertando para a liberação da água pra companheirada aqui do outro lado, porque (a ocupação)  foi só o início para a gente possa se ajudar nessa questão de cobrar da Chesf, da Codevasf. Mas, se estamos lutando por água, não podemos privar o direito do outro de ter acesso (à água) pra trabalhar.



Reassentados de Itaparica afirmam que só desocuparão a sede da Codevasf de Petrolina após serem ouvidos pelo Governo Federal


Cerca de 700 pessoas, entre agricultores e agricultoras familiares reassentados/as nos Projetos de Irrigação de Itaparica PE/BA e lideranças sindicais ocuparam, na madrugada desta segunda-feira, a sede da 3ª SR CODEVASF, em Petrolina.
 
Os manifestantes afirmam que não sairão de lá até que sejam ouvidos pelo Governo Federal sobre a situação de descaso em que vivem as famílias do reassentamento. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco está apoiando a manifestação.
 
“O objetivo da ação é viabilizar que o Polo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Submédio São Francisco seja o interlocutor legítimo do Reassentamento de Itaparica junto ao Governo Federal, Chesf e Codevasf, para a rediscussão do PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DA GESTÃO DOS PERÍMETROS DE ITAPARICA, que é um convênio que está em execução, com o prazo de encerramento para este mês, mas, segundo os reassentados e reassentadas, não teve muitas de suas ações previstas implementadas”, explica a Fetape.

“Apesar da coordenação do polo assegurar que a sociedade civil tem propostas para serem apresentadas e dialogadas com o Governo, visando ao desenvolvimento, com sustentabilidade, dessas famílias, o Governo vem executando o convênio do Programa de Transferência da Gestão, através da CHESF e a CODESVF, sem escutar o Polo Sindical”.

Reassentados denunciaram à Fetape, entre outros problemas, que a CHESF vem oferecendo indenização em dinheiro (ao invés de terra) para as famílias que têm lotes que, segundo laudos técnicos da própria CODEVASF/CHESF, são de solos rasos (pouco produtivos). “Isso contraria todos os princípios do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, que sempre foi de lutar por acesso à terra para agricultores e agricultoras familiares reassentados, em função da construção da Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga, para que eles tirem da terra a sobrevivência”.

Em uma carta aberta à sociedade, os manifestantes afirmam que querem ser ouvidos e que não desistirão até que representantes da Casa Civil da Presidência da República, Chesf e Codevasf decidam se reunir com a direção dos Sindicatos da região e do Polo, para discutirem as propostas dos reassentados e reassentadas.
 
“Estamos ocupando de forma pacífica a sede da Codevasf para cobrar nossos direitos firmados em acordos junto aos representantes do Governo Federal, Chesf e da própria Codevasf”, comentou o diretor de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE,) Antônio Bernardino Filho (Sasá).

Fonte: JC