Solução vencedora, apresentada por Empresa Junior dos cursos de Engenharia Química e de Engenharia de Alimentos da UFPE é simples e traz proposta para resolver um problema antigo dos piscicultores pernambucanos.
Estudantes de Engenharia Química e de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), à frente da Empresa Júnior - Elementus Júnior Consultoria, desenvolveram uma proposta pioneira para o reaproveitamento dos rejeitos de tilápia transformando-os em ração para animais. O projeto Silagem de Pescados foi o ganhador do Desafio AD Diper 2020, iniciativa coordenada pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), sob as diretrizes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, em parceria com a Federação das Empresas Juniores do Estado de Pernambuco (Fejepe). Ao todo, 12 grupos competiram nesta edição do desafio, sendo quatro projetos selecionados para a final. A ganhadora do desafio será contemplada com a premiação no valor de R$ 5 mil, repassada pela Agência.
Este é o segundo ano de realização do Desafio AD Diper, criado com o objetivo de estimular as empresas juniores a proporem soluções inovadoras para alavancar e desenvolver os Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Pernambuco, impactando positivamente a economia local. O foco dos projetos apresentados se baseou em alguns arranjos produtivos como o mel, leite, frutivinicultura, piscicultura, caprinovinocultura, confecções e gesso.
O projeto da Elementus traz a solução da silagem, técnica que pode ser utilizada para a formulação de rações para os peixes, o que diminui os custos da alimentação, responsável pelo principal gasto em produções piscícolas atualmente. A técnica consta na mistura dos resíduos com ácidos, enzimas ou bactérias produtoras de ácido láctico, resultando na liquefação (passagem do estado sólido para o líquido) dos rejeitos. A tecnologia de obtenção da silagem de peixe proposta é simples e não implica a utilização de maquinários específicos, sendo necessário apenas triturador, agitador e recipientes de plástico (silos) e nem exige mão-de-obra especializada.
De acordo com Guilherme Rocha, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e presidente da empresa Elementus, a técnica oferece diversos benefícios. “Ressaltamos que o procedimento não exala odores desagradáveis, não atrai insetos e não apresenta problemas em relação a alguns patógenos, como as salmonelas”. Ele ainda complementa “A silagem de resíduos de peixes é uma fonte potencial de proteína para a alimentação de animais de diferentes espécies e hábitos alimentares, principalmente como um alimento alternativo à farinha de peixe, chegando a custar 10 vezes menos para ser produzida. Atualmente, a farinha de peixe é comercializada por 2 mil dólares a tonelada, então utilizando esta técnica o produtor estará gerando um lucro significativo para o seu negócio”, arremata.
Para o Gerente de Arranjos Produtivos Locais da AD Diper, Álvaro França, a ideia de reutilizar as sobras da tilápia chega para dar um novo fôlego ao setor. “Essa foi uma proposta excelente, pois apresenta uma solução viável e simples para um problema antigo. O rendimento médio em filé da tilápia é de 50%, sendo os outros 50% descartados como resíduo que incluem a cabeça, carcaça, vísceras, pele e escamas. Todo esse material descartado agora terá novo uso”, completa.
Segundo dados do anuário 2020 da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), com produção de 432 mil toneladas, a tilápia representou 57% da produção de toda a piscicultura brasileira em 2019. Com este resultado, o Brasil consolida-se na 4ª posição entre os maiores produtores de tilápia no mundo. No ranking dos cinco maiores produtores de 2019, Pernambuco apareceu na lista pela primeira vez e em 5º lugar, com o registro de 25 mil toneladas, um aumento de 8,6% em relação a 2018. O peixe tilápia representa praticamente 100% do cultivo do estado.
Elementus Júnior Consultoria - Empresa júnior fundada em 2008, sediada no Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco. Com membros dos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos. A empresa atua nas áreas de Ciências dos Alimentos, Química Aplicada, Gestão da Qualidade e Melhoria Focada, Estruturação de Processos, Logística e Operações.
Equipe:
1. Guilherme Rocha Leão Borba Oliveira, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e presidente institucional da Elementos;
2. Moisés Henrique Herminio de Oliveira, estudante de Engenharia Química da UFPE e consultor institucional;
3. Matheus Pinheiro, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e gerente comercial;
4. Rafael da Silva Beserra, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e gerente de projetos;
5. Ana Beatriz Ferreira Silva, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e consultora de cultura e estratégia;
6. Breno Soares Gazal, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e consultor de marketing;
7. Davi de Melo Magalhães, estudante de Engenharia da UFPE e consultor de marketing;
8. Suzane Soares da Silva estudante de engenharia Química da UFPE e consultora de marketing;
9. Artur Silveira Botelho Filho, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e consultor institucional;
10. João Paulo de Albuquerque Silva, estudante de Engenharia de Alimentos da UFPE e gerente comercial e
11. Luana Lívia Silva do Nascimento, estudante de Engenharia Química da UFPE e diretora de marketing.
AD/Diper