Thalita Araújo fala sobre a transexualidade no Sertão de AL (Foto: Arquivo pessoal)
Preconceito, homofobia e machismo. Em terras de Lampião, o conservadorismo e a resistência ao novo, ao diferente, fazem vítimas sem dó, nem piedade. A intolerância ainda impera, provoca transtornos e leva à morte, e as tentativas de encarar a homossexualidade de frente no interior de Alagoas, em especial no Sertão, esbarram em uma muralha de ignorância que parece ser intransponível. Enquanto isso, famílias se autodestroem e muitas pessoas são obrigadas a esconder desejos e sentimentos com medo do julgamento alheio.
Assim foi e continua sendo com Thalita da Silva Araújo, mulher transexual de 21 anos que é natural de Inhapi, no Sertão de Alagoas. Desde que decidiu assumir a identidade trans, aos 15 anos, ela é vítima de deboches e xingamentos infundados. Mas a história começou bem antes, aos 8 anos de idade, quando ela já não se sentia confortável sendo um menino.
"Desde os meus oito anos de idade eu já não me reconhecia no meu sexo biológico e, conforme o tempo foi passando, fui descobrindo que realmente era transexual. Quando completei 15 anos, assumi publicamente. Ser uma transexual em pleno Sertão alagoano não é fácil, especialmente no que diz respeito a questões de trabalho", afirma.