Se por um lado, a privatização da Eletrobras pode reduzir os custos e aumentar as receitas da holding e de suas controladas, por outro, pode elevar o preço da energia para o consumidor final. Isso pode acontecer porque o valor da energia vendida pelas geradoras passaria por um ajuste, em função do processo conhecido no setor elétrico como ‘descotização’ das usinas.
Esse dispositivo vai permitir que as geradoras, a exemplo da Chesf, volte a cobrar R$ 150 por Megawatts/hora (MWh) e não mais R$ 35, como exigido pela MP 579, do Governo Dilma Rousseff. Projeta-se que a reforma no mercado energético aumente a conta de luz em até 7%, segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia na reforma que propõe nova regulamentação do setor.
Para o especialista no setor elétrico José Antônio Feijó, nesse modelo proposto valerá a premissa mercadológica. "O capital privado vai assumir um controle e você acha que ele não vai querer lucrar? Claro que sim", sentenciou, frisando que o mesmo processo aconteceu quando, na época do Governo de Fernando Henrique Cardoso, boa parte das distribuidoras estaduais foi privatizada. "Vemos que isso só fez aumentar o custo da energia até aqui", ressaltou.