Agricultores da Ag. 4 da Reta fizeram a denúncia ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolândia (Foto: Assis Ramalho)
Os agricultores José Roberto e Galego denunciam: "As famílias da Agrovila 04 da Reta estão passando sede."
José Maurício, presidente do STR-Petrolândia: "É uma vergonha a Chesf dizer que não encontra uma bomba para comprar, quando a gente sabe que aqui em Petrolândia existe no comércio."
Falta de água na Agrovila 04 da Reta obriga população a comprar caminhoes-pipa, ao preço de R$ 80,00 a carrada (Foto: Lúcio "Galego")
Não bastassem os problemas causados pela redução do volume de água no Lago de Itaparica e as constantes reclamações de falta de assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), os produtores rurais da Agrovila 04 da Reta - Projeto Barreiras - no município de Tacaratu, na divisa com o município de Petrolândia, Sertão de Pernambuco, denunciam outro problema que estaria prejudicando a população daquela localidade: a falta de água tratada para consumo humano e pecuária.
Buscando amenizar o problema, no último dia 13 os produtores rurais Lúcio Antônio da Silva ('Galego') e João Paulo foram à sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Petrolândia, onde conversaram com o presidente daquela instituição, José Maurício.
Os produtores alegam que há quatro meses a bomba que abastece a comunidade da Agrovila 04 apresentou defeito e a Chesf colocou uma outra, que está operando em situação precária, sem suprir a demanda dos moradores.
"Há quatro meses que a bomba (EB2) quebrou e a Chesf, em um ato de irresponsabilidade, colocou uma outra que só tem a metade da capacidade. E com isso os moradores da Agrovila 4 estão passando sede", desabafou Lúcio, conhecido por Galego.
Ainda segundo Galego, a situação fica ainda mais complicada pelo fato de a Agrovila 04 da Reta pertencer ao município de Tacaratu, apesar de os moradores serem provenientes da antiga Petrolândia, com terras desapropriadas para construção da barragem de Itaparica.
''A gente procura a Prefeitura de Tacaratu, mas eles alegam que mais de 90% dos moradores votam em Petrolândia. Enquanto isso, a gente sabe que a Prefeitura de Petrolândia não pode resolver o nosso problema, porque pode ser prejudicada por estar prestando serviços a um distrito que não pertence ao seu município, e assim fica difícil. Com isso, a gente está neste sufoco", disse Galego.
O agricultor José Roberto concorda com tudo o que Galego falou, e ainda acrescenta que os moradores estão pagando por carro-pipa.
''A situação já está difícil para as famílias comprarem o que comer, o que vestir e agora ainda têm que comprar água. Os moradores da Agrovila 4 da Reta estão pagando 80 reais por um carro-pipa, o que é um absurdo!'', disse José Roberto.
Revoltado com a atuação da Chesf, o presidente do STR de Petrolândia, José Maurício, afirmou que vai procurar o Ministério Público de Pernambuco.
"Nós estamos encaminhando uma notificação sobre a situação para o Ministério Público (no Fórum) de Tacaratu e também para o (Fórum) de Petrolândia, porque é uma vergonha a Chesf alegar que ainda não colocou uma bomba de capacidade na EB2, porque não encontrou no mercado a bomba para comprar. Isso é simplesmente uma mentira, porque aqui mesmo, em Petrolândia, existe a bomba no comércio. Eles não compram porque não querem", disse em tom de desabafo José Maurício.
O presidente do STR também afirmou que o prefeito de Petrolândia, Lourival Simões, fica em situação difícil pelo fato de a Agrovila 04 da Reta pertencer ao município de Tacaratu.
"A verdade é que o prefeito de Petrolãndia fica em uma situação difícil em relação a esse caso, podendo ser prejudicado, ou até mesmo ser preso, caso faça investimentos naquela localidade", afirmou.
No final da reportagem, José Maurício afirmou que as notificações seriam encaminhadas ao Ministério Público de Pernambuco após o período carnavalesco.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho e Lúcio "Galego"