O povo de Israel vagou durante quarenta anos pelo deserto e foi difícil para ele resistir às provações. Marcos diz que Jesus foi também para o deserto, onde permaneceu por quarenta dias, afrontando as tentações. Quanto a nós, elas também estão à nossa espreita!
A reflexão é de Marcel Domergue, sacerdote jesuíta francês, publicada no sítio
Croire, comentando as leituras do
1º Domingo da Quaresma - Ano B (22 de fevereiro de 2015). A tradução é de Francisco O. Lara, João Bosco Lara e José J. Lara.
Eis o texto.
Referências bíblicas:
1ª leitura: A aliança de Deus com Noé, após ter escapado do dilúvio (Gênesis 9,8-15)
Salmo: 24 (25) - R/ Verdade e amor são os caminhos do Senhor.
2ª leitura: O batismo é hoje a vossa salvação (1 Pedro 3,18-22)
Evangelho: «Jesus foi tentado por Satanás (...) e os anjos o serviam» (Marcos 1,12-15)
Quarenta dias
O número quarenta é simbólico. Representa a duração de uma existência humana e a duração também da história da humanidade. Deste modo, Noé enfrentou por quarenta dias as águas mortais do abismo primitivo. Foi um novo nascimento, uma nova criação. A primeira leitura nos diz que estamos indo em direção a um universo em perfeita aliança com Deus. As nuvens ameaçadoras de novas chuvas diluvianas serão mantidas à distância pelo arco de luz que sinaliza a aliança de Deus com todos os viventes. E, enquanto estivermos caminhando sobre as águas do não ser, está ainda por vir a realidade que este arco representa. Para os Hebreus, foram quarenta anos no deserto. Ao fim do caminho, a Terra Prometida.