Dias piores virão (Foto: Assis Ramalho)
A Chesf divulgou à sua lista de destinatários, em fax circular datado de 23/12/2014, que o IBAMA e a ANA "pronunciaram-se autorizando a realização de teste de redução de vazão no Rio São Francisco a partir das UHE Sobradinho e Xingó até o limite de 1.000 m³/s nos períodos de considerados de carga leve (dias úteis e sábados entre 0 h às 7 h e durante todo o dia nos domingos e feriados). A informação, assim como cópias de toda a documentação, está disponível no site da ANA, no
15° Relatório Mensal de Acompanhamento – JANEIRO/2015
A Chesf, além de comprometer-se a realizar inspeção aérea e terrestre no trecho do Rio São Francisco a jusante de Sobradinho até a Foz, no período de 05 a 13/01/2015, tendo em vista a realização do referido teste, solicitou a "adoção das medidas necessárias para a prática desse novo patamar de vazão mínima, bem como a ampla divulgação junto à comunidade ribeirinha" da programação de testes, abaixo reproduzida.
1ª semana (12/01 a 18/01/2015): dias úteis e sábados 1.050m³/s de 0 h às 7 h; domingo 1.050 m³/s de 0 h às 12 h. Não havendo registro de problemas, dar continuidade à etapa seguinte;
2ª semana (19/01 a 25/01/2015): dias úteis e sábados 1.000m³/s de 0 h às 7 h; domingo 1.000 m³/s de 0 h às 18 h. Não havendo registro de problemas, dar continuidade à etapa seguinte;
3ª semana (26/01 a 01/02/2015): dias úteis e sábados 1.000m³/s de 0 h às 7 h; domingo 1.000 m³/s de 0 h às 24 h.
Graças às providenciais chuvas na Bacia do Rio São Francisco, registradas no final do ano passado, o Lago de Itaparica (reservatório da UHE Luiz Gonzaga, entre PE e BA) recuperou-se ligeiramente do preocupante nível a que chegou entre setembro e outubro, com medição de até 14,29% de volume útil, registrada no dia 13/11/2014. O ano de 2015 começou com mais de 20% de água na represa e na medição de segunda-feira (26), o volume do lago era de 19,55%, conforme último boletim divulgado no site da ANA.
Nesse contexto, a comunidade ribeirinha do Sertão de Itaparica, mais especificamente de Petrolândia, provavelmente não sentiu o impacto dos testes realizados pela Chesf, não houve registro de problemas. Além disso, como não é divulgada a medição de vazão de nenhum no longo trecho entre Juazeiro (BA) e Propriá (SE), não sabemos a quantos m³/s anda a água que nos abastece.
Com testes bem sucedidos, é fácil antecipar que, em breve, poderá ser anunciada a "provisoriamente permanente" redução de vazão no Rio São Francisco a partir das UHE Sobradinho e Xingó até o limite de 1.000 m³/s nos períodos de "carga leve".
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fonte: ANA