Alexandre Acioli*
O Carnaval de Pernambuco é algo grandioso, muito maior e mais prazeroso do que ouvir contar ou simplesmente ver e escutar nos noticiários da TV ou ler em jornais e revistas. Aliás, se informar apenas através da imprensa não é o que há de melhor. Infelizmente, os profissionais de comunicação passaram a denominar, nos últimos anos, “todas” as agremiações carnavalescas que participam dos festejos de Momo de “blocos”.
Um verdadeiro absurdo! Isso é, simplesmente, prova de desconhecimento de quem não observa, não brinca, não participa e não vive o Carnaval pernambucano. É querer reduzir as nossas manifestações e deixar a festa superficial, pobre, limitada apenas aos blocos.
Nossos colegas da imprensa precisam saber que Pernambuco é um celeiro cultural. O nosso Carnaval tem blocos, sim! Mas a festa de Momo nesta “Terra dos altos coqueiros” tem muito mais – e diferentes – manifestações culturais e ritmos.
Temos La Ursas, clubes, troças, caboclinhos, maracatus de baque virado e baque solto, tribos de índios, afoxés, ursos, bois, bonecos e escolas de samba, sem esquecer as tradições de muitas cidades do Interior, como os cavalos marinhos, que predominam nos municípios da Zona da Mata Norte; papangus (Bezerros), caiporas (Pesqueira), caretas (Triunfo), encontro de bichos (Vitória de Santo Antão), grupos de coco e de ciranda. Tudo isso é folia, ferve e se mistura no Carnaval... só não podem ser chamados e nem podem virar apenas “blocos”.