Também no recente encontro de ministros da Agricultura das Américas na Argentina o tema da desertificação ocupou parte das discussões sobre “uso sustentável da água”. E ali o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) apresentou alguns dos trabalhos que vem executando em áreas como a de Gilbués, no Piauí, uma das mais problemáticas. Ali, em 55 mil quilômetros quadrados, está um dos cenários mais dramáticos da seca e da desertificação no Brasil, que atingem 1,3 milhão de quilômetros quadrados em 1.488 municípios do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Embora não lhes destine os recursos necessários, o Ministério do Meio Ambiente de fato tem órgãos e profissionais competentes que se empenham há anos na implantação de políticas e programas de convivência com o clima e o ambiente. Além de sistema de alerta precoce para a seca e a desertificação, esses profissionais trabalham com os programas de sustentabilidade da matriz energética – e aí merece destaque o “fogão ecológico”, que permite reduzir em 30% o consumo de lenha predominante em grande parte da região. Outro programa é o do manejo florestal integrado para uso múltiplo comunitário da lenha em áreas plantadas – e que permite reduzir o consumo de vegetação natural em locais como o “polo gesseiro” de Pernambuco, onde não se encontrou alternativa mais barata. Um terceiro caminho é o da instalação de “barragens subterrâneas” (que acumulam água da chuva no subsolo e possibilitam o uso posterior para plantio). Todos no caminho da “convivência”.