Na temática CPIs, a semana do Congresso promete. A principal delas – a que apura os atentados de 8 de janeiro aos prédios dos três poderes em Brasília – terá seus primeiros convidados para depoimentos. Dos 396 requerimentos, 48 são de quebra de sigilo. Os pedidos precisam ser apreciados pela comissão, composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, com igual número de suplentes.
Os requerimentos têm solicitações para acesso bancário, fiscal, telefônico e telemático (dados contidos em dispositivos eletrônicos, como celulares). A maioria dos pedidos foi feita pelo PT e PDT. Há requerimento para acesso a informações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Ainda, de Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele apareceu em filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto com invasores. Horas depois de o material ser veiculado na imprensa, o general pediu demissão. Também há pedidos de quebra de sigilo para José Eduardo Natale, ex-coordenador de Segurança das Instalações Presidenciais de Serviço do GSI e para três envolvidos na tentativa de explodir um caminhão de combustível em Brasília.
Já a CPI do MST aprovou requerimentos de convite para ouvir os ministros Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário. Os ministros não têm obrigação de comparecer à sessão. Os requerimentos, anteriormente, eram de convocação, o que tornava obrigatória a presença. Entretanto, houve um acordo entre os parlamentares para transformá-los em convites.
A CPI do MST foi criada pela oposição ao governo federal na Câmara dos Deputados e tem o objetivo de investigar as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e supostos financiadores. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol, por sua vez, vai ouvir responsáveis pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que investiga o aliciamento de jogadores para fraudar o resultado de partidas de campeonatos estaduais e do Campeonato Brasileiro.
Os requerimentos de convite ao promotor Fernando Cesconetto e ao procurador-geral Cyro Terra Peres, ambos do MP-GO, foram aprovados na semana passada e eles devem ser ouvidos amanhã. Lançada no início de abril, a força-tarefa do MP já denunciou 16 pessoas por manipularem os resultados de 13 partidas de futebol.
A comissão também vai ouvir, também, o policial Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol (GO), que denunciou casos de manipulação de resultados cometidos dentro de seu próprio clube, dando início à operação do MP.
Folha de Pernambuco