Comandante da 4ª Companhia Independente de Polícia Militar/PMPE, foi entrevistado ao vivo pelo radialista e blogueiro Assis Ramalho, no 'Acordando com as Notícias', programa transmitido pela Web Rádio Petrolândia. Casado e pai de um casal de filhos, antes de assumir o cargo em Petrolândia, o Comandante Marcos Antonio serviu nas unidades do 23ºBatalhão de Polícia (Afogados da Ingazeira) e Corregedoria Geral da SDS (Recife).
No início da entrevista, o Ten Cel PM Marcos Antonio falou sobre sua chegada à 4ª CIPM, sediada em Petrolândia, e os trabalhos executados.
O comandante pondera que a cultura machista enraizada na região leva ao grande número de ocorrências por violência doméstica.
O comandante também afirmou que o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 trouxe à tona alguns indicadores preocupantes sobre a violência doméstica e a violência familiar contra a mulher.
Ao abordar outros crimes, o Tenente Coronel PM Marcos Antonio também falou da importância do proprietário de aparelhos de telefonia móvel fazer o cadastro no sistema no Alerta Celular, da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. É que, quando se registra o IMEI (número de identificação do aparelho), é possível que a polícia recupere o telefone se ele for roubado, devolvendo-o para o proprietário
Funciona assim: depois que o dono do aparelho se cadastra, a SDS fica com os seus dados e os do celular registrados no sistema. Quando a PM aborda algum suspeito, pode verificar por um aplicativo, na hora, se o celular foi roubado e quem é o seu verdadeiro dono. O Alerta Celular serve para ajudar as Polícias Civil e Militar nas investigações e abordagens, recuperando os aparelhos cadastrados.
''Assis, eu estou aqui em Petrolândia desde o final de 2019. Chegamos aqui para trabalhar ajudando a 4ª CIPM a combater a crimilidade da região. Na verdade, os números [de crimes] são pequenos, não são altos. Tanto é que qualquer roubo, qualquer homicídio que ocorre na região gera um certo desconforto, porque como os números são baixos. Qualquer ação criminosa deste tipo gera um pouco de desconforto na região, então, a gente procura manter essa região aqui da 4ª CIPM sob controle. Claro que a gente não vai acabar com a violência. mas a gente tenta manter os níveis aceitáveis aqui na 4ª CIPM''.
O comandante falou também sobre o total de homicídios registrados em Petrolândia nos primeiros quatro meses de 2022.
''Em Petrolândia [este ano] nós tivemos dois homicídios. Um na área urbana, e outro na área rural. No ano passado, até o dia 31 [de março], nós já tínhamos três homicídios, então nós estamos aí com uma redução de um homicídio, comparando ao ano passado com este atual."
O Comandante fala como são executados os trabalhos da 4ª CIPM, e afirma que em 2021 o Comando atingiu média histórica em redução de homicídios.
''A 4ª CIPM ela faz parte de uma área de segurança integrada. No Estado de Pernambuco, ela é medida em área de segurança integrada. A nossa área é a área 22, abrange oito municípios. Nós temos duas Companhias Independentes. A 1º Companhia Independente e a 4ª Companhia Independente. Essas duas assumem a responsabilidade de oito municípios. A 1º Companhia responde por Carnaubeira da Penha, Floresta, Belém do São Francisco e Itacuruba. A nossa ompanhia, a 4ª CIPM, responde por Petrolândia, Tacaratu, Inajá e Jatobá. Essa área que nós estamos aqui especificando na entrevista, a área 22, nós encerramos o ano de 2021 com uma média histórica. Houve apenas 30 homicídios no ano passado. 30 aqui, na 4ª Companhia, e 30 na 1º Companhia. Na história do Pacto pela Vida, de 2004 até hoje, esse número de 30 homicídios no ano passado foi um dado histórico, foi a maior redução do Pacto (Pela Vida) que a nossa área teve. Nós nunca tivemos uma redução tão grande quanto essa. Anualmente nós recebemos metas do Pacto pela Vida para redução de CVLI (Crimes Violentos Letais e Intencionais), é um combate diário para que esse tipo de crime, ele não venha acontecer. Para isso, existem diversas operações para que a gente atue nesta área. Mas, especificamente, a gente está comemorando essa série histórica que a gente conseguiu, desde 2004, mostrar uma quantidade de crimes menor nos últimos 17 anos. E a gente vai trabalhar para que essa quantidade se reduza ainda mais.''
O Comandante também falou sobre a parceria da Políícia Militar com a Guarda Civil Municipal de Petrolândia.
''Desde que eu cheguei aqui, em 2019, que essa parceria existe. A Guarda Municipal assume a sua missão no município de cuidar Patrimônio Público, mas também é uma força muito grande na área de segurança e nós somos bastante parceiros. Quando eles precisam de algo, a gente chega. Nesta fase da pandemia, as operações que houve aqui para coibir as práticas que iam de encontro com o decreto de lei, nós agimos muito com o pessoal da Guarda Municipal. Nós iamos juntos, Polícia Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, íamos juntos fazer essas fiscalizações e coibir as práticas que iam de encontro ao decreto estadual. Então, permanece a parceria."
O Tenente Coronel diz ter sido surpreendido, ao chegar ao Sertão, com a quantidade de ocorrências de violência contra a mulher (Lei Maria da Penha).
''O que me chamou atenção, quando eu cheguei aqui, é que eu comecei a ver as estatísticas da região do Sertão. E quando eu perguntava ''olha, me traz aí a relação dos crimes de mais ocorrências da região'', me chamou atenção, porque eu pensava que seria perturbação de sossego, agressão, mas me chamou atenção é que estavam sempre no topo da lista crimes de ordem doméstica, do Maria da Penha. Isso me chamou atenção, porque eu pensava que aqui (no Sertão) não tivesse tantas ocorrências".
''Uma cultura de machista, de o homem olhar para a mulher como um objeto que deve ser utilizado, [mais] como uma servidora do que uma companheira. Então eu vi isso na região do Sertão do Pajeú e, quando eu vim para o Sertão de Itaparica, percebi que os números também são constantes. Então, é por isso que existe uma rede para combater esse tipo de comportamento, e isso traz para a gente ter a consciência de trabalhar muito nesta área''.
Funciona assim: depois que o dono do aparelho se cadastra, a SDS fica com os seus dados e os do celular registrados no sistema. Quando a PM aborda algum suspeito, pode verificar por um aplicativo, na hora, se o celular foi roubado e quem é o seu verdadeiro dono. O Alerta Celular serve para ajudar as Polícias Civil e Militar nas investigações e abordagens, recuperando os aparelhos cadastrados.
Para as polícias restituírem cada vez mais celulares, o proprietário deve registrar o Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima ou na Delegacia pela Internet e informar o IMEI. Cruzando as informações do BO e do Alerta Celular, fica mais fácil encontrar o telefone se ele estiver com algum suspeito de roubo, furto ou receptação.
Por último, o Tenente Coronel fez suas considerações finais sobre a entrevista
"Eu agradeço a você, Assis, pelo convite. Eu me sinto bastante feliz em estar aqui na sua rádio e no seu blog, para falar com os seus ouvintes e leitores, e dizer que estou sempre à disposição em nome da 4ª CIPM. Dizer a todos que não fiquem calados, denunciem, vão à delegacia, acionem alguma das viaturas (pelo 190) se tiver ocorrendo algum crime. Isso porque a gente trabalha com estatísticas, com números, e se esses números não chegarem fica difícil para a gente."
Redação do Blog de Assis Ramalho