"Todo município tem a obrigação de fazer a fiscalização", explicou Ocké. "Quando assumi a secretária em 2013 a gente começou a fazer essa fiscalização, de maneira tímida, mas conseguimos fazer. Resolvemos fazer por lote, começando pelos servidores municipais e nossa surpresa foi perceber que tem servidores atuais e ex-funcionários, cônjuges, que estavam recebendo Bolsa Família e ao mesmo tempo são assalariados, alguns até com salários altos", diz.
A auditoria continuará sendo feita com servidores estaduais e trabalhadores da iniciativa privada. Os beneficiários irregulares param de receber a Bolsa Família e podem até ter que devolver os valores recebidos. "A primeira coisa que a gente faz é bloquear o recebimento. A gente bloqueia, prepara o relatório social dessas famílias e manda para a Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc), que é ligado ao Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), e aí imediatamente é feito uma avaliação para saber se teve má fé, se teve dolo... Averiguada essa questão, se eles acharem que foi má fé, fazem uma notificação à família, que tem prazo de 60 dias para se defender, direto para o MDS", explica o secretário. "Tem gente que declara um dependente a mais que não mora de verdade com eles, outros deixam de declarar alguma coisa. Tudo será avaliado".