
Missa do Vaqueiro no centro de polêmica - Foto: Folha de Pernambuco/Arquivo
Mais uma vez, a Missa do Vaqueiro, tradicional celebração religiosa que homenageia a cultura e a fé do povo sertanejo, está no meio de um imbróglio político. Em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, Helena Câncio, diretora da Fundação Padre João Câncio, responsável pela promoção da Missa no município de Serrita, denunciou os desmandos cometidos pelo prefeito Aleudo Benedito (MDB) com relação ao evento.
Mais uma vez, a Missa do Vaqueiro, tradicional celebração religiosa que homenageia a cultura e a fé do povo sertanejo, está no meio de um imbróglio político. Em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, Helena Câncio, diretora da Fundação Padre João Câncio, responsável pela promoção da Missa no município de Serrita, denunciou os desmandos cometidos pelo prefeito Aleudo Benedito (MDB) com relação ao evento.
O prefeito, numa ação recorrente, pois, segundo Helena, todos os anos ele tenta criar uma confusão com os organizadores da Missa, agora quer mudar a data e o nome da celebração. Através de um Projeto de Lei enviado à Câmara dos Vereadores de Serrita, Aleudo quer transferir o evento para o terceiro final de semana de julho e mudar o nome da Missa para ‘Festa do Jacó’.
Tradicionalmente, durante quase 30 anos, a Missa do Vaqueiro acontece no último domingo de julho. “Ao invés de estarmos ganhando o apoio e o respaldo do município, não, estamos travando uma briga, uma briga para que a tradição continue preservada, até porque a Missa é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco, ela é tutelada pelo Estado, não pode sofrer mudanças”, desabafou Helena.
“Movimentos de voluntários e vaqueiros estão vindo de todos os lugares do Estado para protestar contra esse ato do prefeito, que vai ser votado na Câmara no próximo dia 25, às 9h. Nós também acionamos o Conselho de Cultura de Pernambuco, o Ministério Público, a Empetur e a Comissão de Educação e Cultura da Alepe, mas ainda não obtivemos o retorno e de nenhum desses órgãos”, afirmou a diretora da Fundação Padre João Câncio.
Helena acredita que esta confusão entre o município e a Fundação teve início após o Governo do Estado ceder o parque onde acontece a missa para a administração municipal. “O prefeito entendeu que junto com o parque veio todo o direito sobre a festa. Só que a história e a tradição são inegociáveis. Ninguém pode estar dando, emprestando, vendendo e negociando sobre uma história, sobre uma tradição, porque ela pertence ao povo. Nós temos percebido que o município tem se valido do benefício do Estado para tentar calar a Fundação e não nos deixar participar da realização da Missa do Vaqueiro”, disse.
“Isso deixa a gente muito triste, porque a gestão política passa e a história continua. João Câncio e Luiz Gonzaga já não estão mais aqui, mas os familiares constituíram uma instituição que respalda toda essa história. Helena Câncio também vai passar, mas a história do vaqueiro continua, a história da Missa do Vaqueiro vai continuar. Todos nós deveríamos estar lutando em favor da festa e não uns com os outros”, finalizou.
Por Magno Martins, de Brasília
Folha de Pernambuco