O ex-presidente quer concorrer às eleições de 2026, mas está inelegível e corre o risco de ser preso (Crédito: Reprodução/X @jairbolsonaro)O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo nesta segunda-feira (17/2) em que chama seus apoiadores às ruas em 16 de março para protestar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para pedir o avanço da pauta da anistia aos golpistas do 8 de Janeiro no Congresso.
“Eu, Silas Malafaia e outras lideranças estaremos em Copacabana, Rio de Janeiro. A nossa pauta (é) liberdade de expressão, segurança, custo de vida e fora Lula 2026 e anistia já”, disse Bolsonaro no vídeo compartilhado em seu perfil no X (antigo Twitter).
- 16/março, 10h.
- Copacabana/RJ.
- Você está convidado.
- Anistia humanitária.
- Fora Lula 2026.
- Jair Bolsonaro/Silas Malafaia.
pic.twitter.com/bLscuwJmH2— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 17, 2025
A mobilização vem em um momento delicado para o ex-presidente. O entorno de Bolsonaro aguarda, com apreensão, o possível envio pela Procuradoria-Geral da República (PGR) da denúncia contra ele por participação em uma tentativa de golpe de Estado.
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas (4 foram indiciados depois, totalizando 40), incluindo ex-auxiliares próximos e militares de alta patente, por planejar e participar de uma tentativa de golpe de Estado logo depois das eleições de 2022.
Com a denúncia da PGR, um eventual pedido de prisão do ex-presidente fica mais próximo. Ele já havia sido indiciado em outros dois processos: o da fraude no cartão de vacinação contra a covid-19 e o das joias sauditas.
Além disso, a direita tenta articular, no Congresso, a aprovação da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A pauta é defendida por Bolsonaro e por seus aliados, que negam que houve uma tentativa de golpe, embora a PF tenha concluído que o ex-presidente chefiou o plano.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já deu sinais de que vai facilitar o caminho para a aprovação do projeto, caso haja clima político na Câmara. O governo, por sua vez, considera prioritário barrar qualquer iniciativa que beneficie Bolsonaro e seu entorno político.
Outra pauta que interessa ao ex-presidente — e da qual ele não fala no vídeo convocatório — é a proposta de alterar a Lei da Ficha Limpa para beneficiá-lo.
Com duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível, o caminho mais fácil para poder disputar as eleições em 2026 seria tentar uma solução via Congresso.
As informações são do Correio Braziliense.