
Leonardo Dias defendeu a proposta citando supostas disparidades entre penas aplicadas a diferentes crimes.. André Palmeira
A sessão desta terça-feira (9) na Câmara de Vereadores de Maceió foi marcada por tensão política e esvaziamento do plenário. Com 25 dos 27 parlamentares presentes, a votação de uma Moção de Aplausos ao projeto de anistia, apresentada pelo líder do PL, vereador Leonardo Dias, acabou adiada por falta de quórum após manobra de parlamentares contrários à proposta.
A moção, em apoio ao projeto que tramita na Câmara dos Deputados, gerou forte reação de vereadores da oposição. Leonardo Dias defendeu a proposta citando supostas disparidades entre penas aplicadas a diferentes crimes, como o caso de uma influenciadora que atropelou crianças sob efeito de drogas, comparando à condenação de manifestantes pelos atos de 8 de janeiro, em Brasília. Ele alegou que a maioria dos participantes atuou de forma pacífica.
A fala provocou reação imediata de Allam Pierre (MDB), Teca Nelma (PT) e Olívia Tenório (PP). Pierre afirmou que a Câmara de Maceió não deveria se envolver em debates que são competência do Congresso Nacional. “Esse não é um tema que diz respeito à nossa Casa”, argumentou.
Olívia Tenório defendeu o rigor da lei. “Se a pena foi dura, que se recorra. Não se justifica uma anistia para quem violou a legislação”, pontuou. Já Teca Nelma classificou a moção como uma ameaça à democracia. “É um ataque à institucionalidade. Não podemos permitir o enfraquecimento dos Poderes Constituídos”, declarou, também pelas redes sociais.
Com o clima acirrado, o presidente da Câmara, Chico Filho (PL), limitou-se a pautar o projeto. Durante a verificação de quórum, a sessão foi sendo esvaziada até que, com apenas 12 parlamentares em plenário, a votação teve que ser suspensa.
Leonardo Dias criticou a retirada dos colegas e declarou esperar que a moção seja apreciada na próxima sessão. “Precisamos discutir a individualização das penas. Muitos foram apenas manifestar”, afirmou.
Críticas à Prefeitura por mudanças na orla
A sessão também teve críticas do vereador e ex-prefeito Rui Palmeira (PSD) à Prefeitura de Maceió pela manutenção da restrição de estacionamentos na orla. Segundo ele, a medida “prejudica comerciantes, moradores e turistas”.
Rui citou reportagem da Gazetaweb sobre audiência de conciliação na 14ª Vara Cível da Capital, que contou com manifestação do juiz e do Ministério Público a favor da flexibilização das restrições. “O comércio clama por socorro. É preciso bom senso”, disse.
Ele afirmou que a prefeitura não aceitou proposta de readequação apresentada na audiência, ao contrário das entidades do setor de turismo, que consideram as restrições “ilegais, arbitrárias e prejudiciais à economia local”.
Segundo Rui, mudanças no trânsito devem ser feitas com equilíbrio. Ele citou a implantação da “faixa azul” durante sua gestão como exemplo de medida que gerou impacto, mas teve benefícios comprovados para o transporte coletivo.
“Na orla, não se vê benefício. É uma decisão esdrúxula, sem diálogo e sem resultado positivo para a cidade”, concluiu.
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