quarta-feira, abril 23, 2025

PM vai investigar policiais que zombaram da morte do papa Francisco

Prints de policiais compartilhandocompartilham imagem do papa e tom de comemoração pela sua morte |  Reprodução

Mirelle Pinheiro - Metrópoles

A Polícia Militar do Pará anunciou que irá abrir uma investigação administrativa para apurar a conduta de policiais militares que fizeram comentários ofensivos sobre a morte do papa Francisco, ocorrida no último domingo (20/4). A informação foi dada à coluna por meio de nota oficial da corporação.

Segundo a PM, a corregedoria da corporação já iniciou os procedimentos para identificar o autor das mensagens e instaurar o devido processo administrativo disciplinar. “A PM ressalta ainda que não compactua com desvios de conduta dos agentes”, diz o comunicado.

As mensagens que motivaram a apuração foram vazadas de um grupo interno da Polícia Militar. No conteúdo, um dos militares compartilha a imagem do papa com a frase: “Menos um comunista na terra”. A publicação foi reforçada por outro policial, que comentou “Já vai tarde”, e seguida de mais uma mensagem: “O único homem santo que viveu entre nós foi Jesus”.

A repercussão das mensagens causou indignação dentro e fora da corporação. As declarações coincidem com o período de luto oficial decretado no Pará pelo governador Helder Barbalho, em homenagem ao pontífice, reconhecido mundialmente por sua atuação em prol da justiça social, do diálogo inter-religioso e da promoção da paz.

Repúdio

A Arquidiocese de Belém também se manifestou. Em nota enviada à coluna, afirmou que não teve conhecimento prévio das mensagens, mas repudia veementemente qualquer manifestação que desrespeite a dignidade da pessoa humana e a memória de líderes religiosos.

“Independentemente da autoria, todo e qualquer ato que incentive o desrespeito, a intolerância ou o ódio está em desacordo com os valores do Evangelho, que nos chama à paz, à caridade e ao respeito mútuo”, destacou a instituição.

A arquidiocese concluiu reiterando seu compromisso com a fraternidade, o diálogo e a verdade, especialmente “em tempos que exigem união e empatia”.

A Polícia Militar não informou prazos para a conclusão da apuração. O espaço segue aberto para novas manifestações da corporação.

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