segunda-feira, abril 07, 2025

Petrolândia: Tributo a LÚCIA BARROS e sua significativa trajetória de ensino e aprendizado em Libras e Braile foi realizado com sucesso no Centro Cultural; equipe foi entrevistada por Assis Ramalho (VÍDEO)

 

No mês de abril, é comemorados o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A professora Iza Lira, do Centro de Formação Profissional Luiza - Ceforprol, sediado em Petrolândia, lembrou a importância da saudosa educadora Lúcia Barros para a difusão da Língua Brasileira de Sinais (Libras), na região.

Como forma de homeneagem, Iza Lira realizou tributo a LÚCIA BARROS e sua significativa trajetória de ensino e aprendizado em Libras e Braile, em evento realizado no último sábado (05/04/2025) no Centro Cultural de Petrolândia.

 Em entrevista ao blogueiro e radialista Assis Ramalho, Íza Lira - e equipe de educadoras, falaram sobre a importândia, e o legado deixado por Lúcia Barros no município de Petrolândia e região. VEJA VÍDEO DA ENTREVISTA


SAIBA SOBRE A PROFESSORA LÚCIA BARROS


Professora e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Braille, Maria Lúcia Barros faleceu no dia 20 de janeiro de 2017, aos 44 anos, em Juazeiro do Norte, no Ceará. Durante passeio de férias àquela cidade, ela foi internada por complicações de infecção respiratória, quadro que evoluiu para infecção generalizada.

No Brasil, a Libras (Língua Brasileira de Sinais) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda pela Lei Federal nº 10.436, de 2002. E, em 22 de dezembro de 2005, foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto nº 5.626 que a regulamentou.

Atualmente no Brasil convivem mais de 10 milhões de pessoas surdas, e grande parte delas se comunicam majoritariamente em Libras. Apesar da Língua Brasileira de Sinais ser reconhecida por lei no nosso país desde 2002, ela ainda não está presente em ambientes muito importantes, como as instituições de ensino. Ou seja, temos várias pessoas surdas que precisam dessa língua para se comunicar e ter acesso às informações, mas a educação brasileira não inclui o ensino de Libras na maioria das escolas.

O que é ensino de Libras?

O ensino de Libras pode ser dividido em duas categorias: para as pessoas surdas ou para as pessoas ouvintes. Muitas pessoas surdas nunca aprenderam Libras formalmente. Isso ocorre porque elas normalmente são as primeiras da família com surdez, então ninguém do seu entorno tem contato com o idioma. Outras vezes, ocorre por conta do ouvintismo presente na sociedade, que impede as pessoas surdas de aprenderem a língua de sinais, e as faz se adaptar à língua falada de seu país. No caso do Brasil, o português.

O ensino focado nas pessoas da própria comunidade surda muitas vezes é feito direcionado para crianças que não possuem o domínio da língua de sinais. Dessa forma, as escolas devem se preocupar em criar ambientes propícios para o aprendizado da Libras em primeiro lugar, e só depois para o ensino do português.

Agora, ensinar Libras para pessoas ouvintes é um outro processo, mas também muito importante! Vamos falar mais sobre esse tema ao longo deste artigo. De qualquer forma, o que você já precisa entender é que o foco do ensino de Libras é promover uma melhor comunicação e acesso à informação para as pessoas da comunidade surda.

Qual é o objetivo da Libras?

A Libras, Língua Brasileira de Sinais, é uma língua espaço-visual, com uma estrutura linguística e gramatical própria, diferente do português. Ela é uma das principais formas de comunicação das pessoas surdas no Brasil. Seu objetivo é promover a comunicação e o acesso à informação das pessoas surdas, para que possam estar integradas à sociedade.

Além disso, a Libras é um fator muito importante para a construção da cultura e identidade da comunidade surda brasileira. É por meio dela que muitas vezes as pessoas surdas garantem suas interações culturais e sociais.
 
Qual a importância do ensino de Libras na educação?

Antes de nos aprofundarmos, é importante te contextualizar um pouco do cenário da educação para pessoas surdas no Brasil. Até o século passado, as instituições de ensino insistiam na oralização dos alunos surdos. Ou seja, eles não eram livres para aprender e se comunicar da forma que preferiam, e tinham que ser ensinados a falar português e fazer leitura labial.

O processo de oralização tinha como objetivo tentar integrar as pessoas surdas na sociedade ouvinte, para que elas fossem consideradas “normais” e se adequassem à essa cultura. Quem não se adaptava a esse modelo de comunicação era prejudicado, tinha maus resultados na escola e várias dificuldades em avançar na vida acadêmica.

Por conta disso, hoje as escolas ainda não estão preparadas para acolher estudantes surdos. As pessoas surdas precisam de ambientes educacionais estimulantes, que desafiem o pensamento crítico e exercitem sua capacidade cognitiva. É então que a Libras entra em ação. Oferecer ensino de Libras é super importante para garantir um tratamento mais igualitário entre todos os alunos, para que eles tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem, cada uma de acordo com suas necessidades. Além do que, educação em Libras é um direito por lei, mas calma que ainda vamos falar mais sobre isso.

Por fim, o ensino de Libras é uma ótima maneira de valorizar e empoderar a comunidade surda e sua cultura, a deixando mais em evidência perante a sociedade como um todo.

Qual a importância do ensino de Libras na educação fundamental?

Ensinar Libras desde cedo para as crianças é super positivo para o desenvolvimento de suas potencialidades, sejam elas surdas ou ouvintes. Como você deve saber, aprender novas línguas é algo muito mais fácil de se fazer na infância, então é uma época que deve ser aproveitada para desenvolver nos alunos uma aprendizagem mais significativa.

Para as crianças surdas especificamente, estar em uma instituição de ensino onde se pode aprender no seu primeiro idioma deixa tudo mais confortável. Estar em um ambiente que valoriza a diversidade e promove a interação cultural e social é bastante importante para que ela consiga construir suas relações e não ficar à margem da escola.

Qual a importância do ensino de Libras para alunos ouvintes?


São vários os benefícios de uma pessoa ouvinte aprender Libras. O mais óbvio é que ela conseguirá melhorar sua comunicação com pessoas da comunidade surda no Brasil, mas as consequências dessa aproximação também são bem importantes. A pessoa ouvinte vai aprender sobre a cultura surda, valorizando cada vez mais a diversidade cultural e se aliando às pautas de inclusão. Ainda, vai ajudar a promover uma sociedade menos capacitista, independente da sua idade.

Agora, para as crianças, o ensino de Libras é ainda mais positivo. Estudos indicam que, se aprendem desde cedo, a Língua de Sinais é um fator significativo no desenvolvimento cognitivo, melhorando suas habilidades de atenção, a discriminação visual e a memória espacial.

Como é o ensino de Libras?

O ensino de Libras muda de acordo com quem está aprendendo. Por exemplo, ensinar a Língua Brasileira de Sinais para uma pessoa surda será muito diferente do que ensinar o idioma para uma pessoa ouvinte. De qualquer forma, os educadores devem sempre ter em seu planejamento didático estratégias variadas que foquem na modalidade visual do ensino.

Mas vamos lá, o ensino de Libras para pessoas surdas é chamado de L1. Nele, o professor deve explorar principalmente o sentido visual, já que é assim que o aluno conseguirá aprender toda a estrutura gramatical da língua de sinais. Essa forma de ensino é conhecida como Pedagogia Visual ou Pedagogia da Diferença.

Já quando a Libras é ensinada para pessoas ouvintes, é chamada de L2. Com esse método o educador pode fazer uso tanto da visão para ensinar a maneira certa de se sinalizar, quanto a oralização para explicar o significado dos sinais.
 
O que se estuda no curso de Libras?

Os cursos de Libras que temos disponíveis hoje diferem muito entre si. Isso ocorre porque ainda não temos um currículo sistematizado, apesar dos pedidos por parte de entusiastas da causa para que isso aconteça.

Muitas vezes, o ensino de Libras é feito na forma de cursos isolados ou desvinculados das instituições educativas. Então, eles acabam sendo mais superficiais, se resumindo ao ensino do vocabulário básico e estruturas gramaticais simples.

De qualquer forma, cursos de Libras normalmente abordam os seguintes temas:🔹Língua sinalizada;
🔹Escrita de sinais;
🔹Leitura de sinais, incluindo a datilologia, que é o “alfabeto em Libras”;
🔹Gramática;
🔹Cultura surda. Esse aspecto se torna mais valioso quando o ensino de Libras é feito por professores surdos, que deixam a experiência de quem está aprendendo ainda mais rica. Afinal, aprender sobre isso diretamente de alguém que faz parte dessa comunidade é uma verdadeira imersão no universo surdo.

Blog de Assis Ramalho
Fonte: Author Archives: Marketing

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