Governo Lula interrompe queda de popularidade, mas reprovação ainda supera aprovação, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha mostra melhora na queda histórica de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrada em fevereiro. Foto: Wilton Junior/Estadão

Por O GLOBO — São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu frear a queda de popularidade, mas sua reprovação ainda é maior do que a aprovação, segundo nova pesquisa do Datafolha, divulgada na noite de sexta-feira (4).

Depois de ver sua popularidade chegar ao pior nível de todos os seus três mandatos, o presidente conseguiu uma tímida melhora na proporção dos que avaliam sua gestão como ótima ou boa, de acordo com o instituto.

O índice de aprovação passou de 24%, em fevereiro, para 29%, em abril. Apesar da leve melhora, a aprovação ainda está longe dos 38% que consideram o governo como ruim ou péssimo. Em fevereiro, o índice era de 41%.

O percentual dos ouvidos que consideram a gestão do presidente como regular segue o mesmo, de 32%.

Os resultados da pesquisa mostram que o momento atual é o segundo pior em popularidade da gestão Lula 3, supera apenas o de fevereiro.

O Datafolha ouviu 3.054 pessoas, com 16 anos ou mais, em 172 municípios, de terça (1º) até quinta-feira (3). A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Assim como em fevereiro, o desgaste na popularidade do governo Lula foi puxado pelos segmentos que formam a base eleitoral do presidente, em especial a população com renda de até dois salários mínimos, fatia que representa pouco mais da metade da amostra da pesquisa.

Nessa faixa salarial, a avaliação positiva subiu apenas um ponto percentual, ficando em 30% (era de 29% em fevereiro). O segmento era aquele em que Lula se saía melhor, com 44% de avaliação positiva em dezembro.

Um dos fatores que contribuíram para a queda de popularidade foi a crise envolvendo o monitoramento de transações financeiras superiores a R$ 5 mil, incluindo as por Pix, que acabou revogada pela Receita Federal diante da recepção negativa e da disseminação de desinformação sobre a medida nas redes sociais. A alta na inflação dos alimentos, tema que gera preocupação no próprio governo, também teve impacto na avalição do brasileiro.