quinta-feira, março 13, 2025

Servidor do INSS de Garanhuns é afastado suspeito de fraudar 70 mil benefícios; prejuízo estimado é de R$ 945 milhões.


PF afasta servidor do INSS de Garanhuns suspeito de fraudar 70 mil benefícios - Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal em Pernambuco conseguiu, junto à Justiça Federal, o afastamento de um servidor público do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Garanhuns, Agreste do Estado.

Ele é investigado pela corporação sob suspeita de fraudar desbloqueio de cerca de 70 mil benefícios para solicitar empréstimos sem conhecimento dos titulares das contas. O prejuízo estimado é de R$ 945 milhões.

Além do afastamento, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o suspeito. Na ocasião, foram apreendidos um notebook e um smartphone, além de uma pistola calibre 9mm. Essa última provocou a abertura de um novo inquérito policial de posse ilegal de arma de fogo de calibre restrito.

Como o crime era praticado

De acordo com a investigação, a fraude acontecia por meio do desbloqueio indevido de benefícios do INSS para que fossem contratados novos empréstimos. Isso ocorria sem o conhecimento do beneficiário ou representante legal daquela conta.

Em um dos casos, o servidor chegou a manipular a contratação de um benefício de titular incapaz, "excluindo o seu representante legal para permitir o desbloqueio e averbação do consignado", explica a PF.

A investigação aponta ainda que o servidor estaria cometendo os crimes desde 2022. Os cerca de 70 mil benefícios desbloqueados indevidamente estão distribuídos nos 26 estados do Brasil, além do Distrito Federal-DF.

"O valor em empréstimos consignados liberados com a atuação do servidor no desbloqueio dos benefícios é estimado em R$ 945 milhões, que podem ter sido emitidos com ou sem o conhecimento do beneficiário", completa a corporação, por meio de nota.

Próximos passos da operação
Para investigar o caso, foi deflagrada, nessa quarta-feira (12), a Operação Unblock (em português, "desbloquear"). A ação é conjunta entre a Delegacia da Polícia Federal em Caruaru e a Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária-CGINP (Força Tarefa Previdenciária).

O material apreendido segue agora para análise da polícia. Segundo a corporação, isso "possibilitará à Polícia Federal ratificar os elementos de prova já colhidos no curso da apuração, apontando autoria e materialidade delitivas, além de auxiliar na identificação de outros envolvidos nas fraudes sob apuração".

Os crimes investigados são de inserção de dados falsos em sistema de informações e corrupção. As penas somadas podem passar de 24 anos de prisão.

Por Genivaldo Henrique/Diário de Pernamuco

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