
Foto: Marina Torres/ DP
A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) divulgou a previsão climática para os meses de abril, maio e junho de 2025. O prognóstico indica temperaturas acima da média em todo o Estado e um acumulado de chuvas que varia entre normal e abaixo da média nas regiões do Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife.
No Sertão, a situação é ainda mais crítica, com expectativa de precipitação abaixo da climatologia histórica.
Os dados foram obtidos a partir da análise dos modelos numéricos de previsão climática, que consideram as condições dos oceanos Pacífico Equatorial e Atlântico Tropical, além de fatores atmosféricos globais.
O estudo foi apresentado durante a Reunião de Análise e Previsão Climática para o Nordeste do Brasil, realizada por videoconferência nesta terça-feira (25), com participação dos Centros Estaduais de Meteorologia e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Temperaturas elevadas e influência dos oceanos
A meteorologista Edivânia Santos explicou que a tendência de calor acima da média está associada às condições do Oceano Pacífico e do Atlântico Tropical:
"Temos duas variáveis importantes: o Pacífico e o Atlântico. O Pacífico está aquecendo devagar, mas o Atlântico aquece mais rápido e pode afetar as chuvas com mais rapidez. Esse monitoramento constante é essencial para entender como as condições podem mudar".
Ela ressaltou que, apesar disso, as temperaturas devem continuar altas, com médias acima de 29°C e sensação térmica elevada no litoral e no Sertão.
Chuvas irregulares e risco de eventos extremos
Apesar da previsão de acumulado de chuvas abaixo da média, a meteorologista informou que isso não significa ausência total de precipitação. "Abril, maio e junho marcam o período mais chuvoso para o litoral e Agreste, enquanto no Sertão, abril já é o fim da estação chuvosa. Podemos ter dias de chuva intensa seguidos de longos períodos secos", explicou.
Segundo a especialista, mesmo com o prognóstico de chuvas abaixo da média, eventos extremos não estão descartados. "Quando falamos em chuvas abaixo da média, estamos tratando da média total do período. Isso não impede que ocorram dias com chuvas fortes, que são causados por fenômenos atípicos", enfatizou.
Fernando de Noronha
A previsão para o arquipélago de Fernando de Noronha é diferente do restante do Estado. Nos primeiros meses do ano, a região já registrou chuvas acima da média, e a tendência é que essa condição se mantenha no trimestre.
"Noronha segue um comportamento distinto. Enquanto o Estado apresenta chuvas abaixo ou dentro da média, o arquipélago se manterá acima da climatologia", pontuou a meteorologista.
Resumo dos valores médios de precipitação
A tabela abaixo apresenta a média de chuvas esperadas para cada região de Pernambuco nos próximos meses:
Metropolitana do Recife
Abril: 269,2 (mm) Maio: 294,3 (mm) Junho: 337,6 (mm)
Zona da Mata
Abril:159,6 (mm) Maio: 188,5 (mm) Junho: 224,6 (mm)
Agreste
Abril: 103,0 (mm) Maio: 104,7 (mm) Junho: 115,3 (mm)
Sertão
Abril: 99,2 (mm) Maio: 52,8 (mm) Junho: 35,3 (mm)
Fernando de Noronha
Abril: 290,3 (mm) Maio: 206,2 (mm) Junho: 205,8 (mm)
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