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Turistas tentam se proteger do sol na Escadaria Selaron, na Lapa: previsão do Alerta Rio, da prefeitura, é que cidade atinja o nível de calor 4 (NC4), marca inédita desde criação de protocolo — Foto: Guito Moreto/Agência O Globo
O calorão deu a tônica de um domingo repleto de blocos pelas ruas, assim como praias e outros pontos turísticos lotadíssimos. A máxima de ontem, registrada pelo sistema Alerta Rio na estação de Irajá, na Zona Norte, bateu 40,4 graus, segunda maior marca do mês. Até aqui. Se as previsões se confirmarem, o posto pode ser perdido em breve. A máxima esperada para esta segunda-feira é de 42 graus, e não há previsão de chuvas, pelo menos, até quinta-feira.
A prefeitura alerta que nesta segunda ou nesta terça-feira o Rio pode chegar ao nível de calor 4 (NC4). A marca é inédita desde a criação, há pouco mais de sete meses, do Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo do município, cuja escala vai até o NC5. Pelos dados divulgados neste domingo, às 15h, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Rio foi a capital mais quente do país com 38,4 graus, registrados na estação da Vila Militar. Um sistema de alta pressão no oceano é a causa dessa quentura.
Eventos mantidos
O aviso sobre a provável entrada da cidade no NC4 foi dado pelo prefeito Eduardo Paes ontem durante coletiva no Centro de Operações Rio (COR). Paes destacou que a temperatura na cidade tem batido recordes anuais e que, por isso, é fundamental que as pessoas se hidratem, passem protetor solar e evitem exposição desnecessária ao sol.
— A ciência hoje nos permite ter um grau maior de previsibilidade e entender os efeitos nocivos desse excesso de calor na saúde das pessoas, podendo levar até a morte — disse o prefeito.
O NC4 é atingido quando a cidade registra temperaturas entre 40 graus e 44 graus por, ao menos, três dias consecutivos. Entre as ações previstas nessa situação está a possibilidade de “cancelamento ou reagendamento de eventos de médio e grande porte” e de “megaeventos em áreas externas”. O prefeito, no entanto, afirmou que a prefeitura não vai suspender atividades na cidade e que essa decisão ficará a cargo dos organizadores. Como exemplo, citou a postura da Beija-Flor de Nilópolis, que cancelou o ensaio previsto para ontem na Praia de Copacabana, na Zona Sul. O motivo apresentado pela agremiação foi o “calor extremo”.
— A gente quer que os cariocas vão para a rua, se divirtam, aproveitem o que a cidade tem de melhor. Mas é importante se proteger, entender que o calor tem sido cada vez maior. Se vai para bloco, beba água, passa protetor, não fique em lugar em que você pode passar mal — repetiu Paes.
As ações em caso de NC4 preveem ainda a abertura de “pontos de resfriamento” para população, que nada mais são que equipamentos públicos dotados de ar-condicionado como postos de saúde e as naves do conhecimento, por exemplo. Haverá ainda parada para hidratação de funcionários que trabalham expostos ao sol e preparação da rede de saúde municipal para o aumento de atendimentos de casos decorrentes das altas temperaturas. A estimativa é que, em janeiro, cerca de três mil pessoas foram atendidas nas unidades públicas com problemas ligados ao calor. A prefeitura recomenda ainda o aumento da ingestão de água, uso de roupas leves e que seja evitada a exposição direta ao sol nos horários de pico de calor.
O chefe-executivo do COR, Marcus Belchior, reforçou que, desde janeiro, a cidade teve 27 dias acima do primeiro nível de calor (NC1). Isso ocorre sempre que os registros são maiores que 36 graus por um ou dois dias consecutivos.
— Desde primeiro de janeiro, tivemos mais dias fora do NC1, o que aponta a elevação do nosso índice. E essa é uma tendência para o mês de fevereiro, que também aponta ser um dos mais secos do ano.
Folia quente
Foi preciso coragem e muito amor à folia para sustentar o sorriso e o gingado debaixo do sol escaldante que brilhou forte na cidade durante todo o domingo. Dedicado a promover o encontro entre carnaval e rock, o Bloqueen começou a folia por volta das 10h no Coreto Estrela, no Aterro do Flamengo, Zona Sul. As sombras das árvores do famoso parque foram disputadas pelos foliões em busca de proteção e um pouco de alívio para o calorão. Próximo à banda, que se concentrou no histórico coreto em estilo modernista do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, apenas os mais corajosos se dispuseram a encarar diretamente os raios solares.
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Entre os foliões, o acessório mais recorrente foi o boné ou a viseira. Alguns também optaram por blusas com proteção UV. No caso de Fernanda de Oliveira, que foi ao bloco com duas amigas, a alternativa foi usar e abusar do protetor solar. Diferentemente dos últimos anos, ela tem dado preferência à folia matutina, quando as temperaturas estão mais amenas:
— Eu queria muito ter ido no Desliga da Justiça ontem (sábado), mas o calor do Centro me fez desistir. Até comentei com as minhas amigas isso, estamos preferindo os blocos da manhã e pela Zona Sul, onde é mais arborizado. De tarde, só se o bloco for na sombra.
No primeiro carnaval como ambulante, Vitor Santos conta qual foi a bebida mais procurada no Bloqueen.
— Desde que eu cheguei, a bebida mais vendida é a água. É um bloco com muita criança e como tá quente, a água sai na frente — disse.
O Globo
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