terça-feira, fevereiro 18, 2025

Bolsonaro sabia e concordou com o plano para matar Lula, diz PGR


Ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados foram denunciados por tentativa de golpe de Estado para impedir Lula de assumir à presidência. - (crédito: Saulo Cruz/Agência Senado Jefferson Rudy/Agência Senado)

Ao apresentar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outra, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Trecho do documento, protocolado na noite desta terça-feira (18/2), aponta que o plano foi "arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições", diz trecho.
 
"O plano se desdobrava em minuciosas atividades, requintadas nas suas virtualidades perniciosas. Tinha no Supremo Tribunal Federal o alvo a ser 'neutralizado'", completa o trecho. Leia também: Bolsonaro diz que tem "zero preocupação" com possível denúncia da PGR
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De acordo com o documento, a trama golpista também tinha “episódios assombrosos”. “A execução de atos de essência golpista, e, portanto, criminosos desde logo, também se estampa em outro conjunto de episódios assombrosos desvendados no inquérito policial. As investigações revelaram aterradora operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do presidente da República e do vice-presidente da República eleitos, bem como a de ministro do Supremo Tribunal Federal”, diz trecho do documento.

Na investigação, agentes da PF recuperaram arquivos deletados no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com detalhes sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo”. A trama golpista previa reverter o resultado das eleições de 2022.

Gonet destacou que o grupo investigado fez uma espécie de “tocaia” para os alvos.

“Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, plano de ataque às instituições, com vistas à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de ‘Punhal Verde Amarelo’. O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”, ressaltou.

Segundo a investigação, os denunciados cogitavam o uso de armas bélicas contra o Alexandre de Moraes e a morte de Lula por envenenamento.
Bolsonaro denunciado

A PGR indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. As denúncias serão analisadas pelo relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes. Os fatos foram divididos em cinco peças acusatórias. Eles são acusados de cometer os seguintes crimes:

Organização criminosa armada;

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

Golpe de Estado;

Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;

Deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: Correio Braziliense

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