quarta-feira, janeiro 08, 2025

Nos dois anos dos ataques golpistas, governo faz hoje ato com 'abraço pela democracia' e retorno de obras restauradas

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar nesta quarta-feira (8) de uma cerimônia em defesa da democracia nos dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O evento será realizado no Palácio do Planalto, um dos prédios vandalizados pelos golpistas. Durante o ato, serão reintegradas ao espaço físico do palácio obras de artes danificadas pelos vândalos que agora foram restauradas. Haverá um abraço simbólico à democracia na Praça dos Três Poderes.

O governo separou em quatro partes a cerimônia, que contará com a presença de parlamentares e juristas representando o Congresso Nacional e o Judiciário.

Em 2024, Congresso e STF organizaram atos para marcar um ano dos ataques. Em 2-25z, Lula decidiu realizar atos no Planalto, sede do Poder Executivo. O evento, contudo, não terá a presença de todos os chefes de poderes.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não confirmou presença na solenidade. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do STF, Luís Roberto Barroso, já informaram que não participarão dos atos.

O ministro Luiz Edson Fachin, vice-presidente do STF, estará na solenidade. O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), representará a Casa na solenidade, que deve ter a presença dos comandantes das Forças Armadas.

Reintegração de obras

Marcado para as 9h30, o primeiro ato da cerimônia terá a reintegração ao acervo do governo de obras de arte que foram vandalizadas por golpistas. O Planalto escolheu destacar o retorno de um relógio de pêndulo do século XVII e de uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada por simbolizarem a dificuldade do processo de reparo.

Segundo o governo, serão entregues 21 obras restauradas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada e o relógio histórico, que teve de ser enviado à Suíça para ser consertado.

O relógio foi feito por Balthazar Martinot, relojoeiro da corte francesa, e foi trazido ao Brasil por Dom João VI, que se tornou rei de Portugal. A peça é feita de casco de tartaruga e com um bronze que não é fabricado há dezenas de anos.

Previsto para as 10h30, o segundo ato será a apresentação do quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, após o restauro. A peça, que ficava no terceiro andar do Planalto, foi furada e rasgada por extremistas.


Vândalos fizeram pelo menos seis rasgos na tela "As Mulatas", do Di Cavalcanti, que fica no terceiro andar do Planalto — Foto: Reprodução/Twitter

Lula também receberá de cinco alunos de um projeto de educação patrimonial réplicas de As Mulatas e da ânfora.

Discursos de autoridades

O terceiro ato está marcado para as 11h com discursos de autoridades no Salão Nobre do Planalto. Também foram convidados ministros do governo, parlamentares, governadores e ministros de tribunais superiores, entre os quais Alexandre de Moraes, que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022 e relata no STF os casos que tratam dos atos golpistas.

Em dois anos, o STF condenou 371 incitadores ou executores dos atos golpistas, homens e mulheres que participaram da invasão e destruição das sedes dos Três Poderes e que provocaram um prejuízo de mais de R$ 26 milhões.

Abraço pela democracia

Lula e os demais convidados da cerimônia descerão a rampa do Planalto e irão até a Praça dos Três Poderes para o "abraço da democracia". O governo montará um arranjo de flores na praça com a palavra "democracia".

Veja a lista de obras restauradas:

Lista de obras restauradas que serão devolvidas ao acervo da Presidência:

Relógio de mesa, de Balthazar Martinot e André Boulle

Ânfora italiana em cerâmica esmaltada

Escultura O Flautista, de Bruno Giorgi

Escultura Vênus Apocalíptica Fragmentando-se, de Marta Minujín

Quadro com a pintura Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti

Quadro com pintura do retrato de Duque de Caxias, de Oswaldo Teixeira

Quadro representando galhos e sombras, de Frans Krajcberg

Quadro com a pintura Fachada Colonial Rosa com Toalha

Quadro com a pintura Casarios, de Dario Mecatti

Quadro com a pintura Cena de Café, de Clóvis Graciano

Quadro com a pintura Paisagem, de Armando Viana

Pintura de Glênio Bianchetti

Pintura de Glênio Bianchetti

Pintura de Glênio Bianchetti

Pintura de Glênio Bianchetti

Pintura de Glênio Bianchetti

Quadro com a pintura Matriz e Grade no primeiro plano, de Ivan Marquetti

Quadro Rosas e Brancos Suspensos, de José Paulo Moreira da Fonseca

Tela Cotstwold Town, de John Piper

Tela de Grauben do Monte Lima

Tela Bird, de Martin Bradley


Por Pedro Henrique Gomes, Guilherme Mazui, g1 — Brasília

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