sexta-feira, janeiro 17, 2025

Mulher de PM que morreu em incêndio em Maceió diz que voltou 5 vezes para buscar marido em hotel

Incêndio atingiu o sexto andar do hotel.. Foto: Ascom / Bombeiros

A mulher do Policial Militar do Distrito Federal, que morreu durante um incêndio em um quarto de hotel no bairro da Pajuçara, relatou à Polícia Civil de Alagoas como conseguiu escapar das chamas e salvar parentes e outros hóspedes. No entanto, o marido dela Adriano Damásio, de 44 anos, que a ajudava no resgate, não conseguiu se salvar. Ela contou que voltou cinco vezes ao local para buscar o companheiro, mas não o encontrou.

À delegada que investiga o caso, Stefanie Fernandes relatou as técnicas usadas por ela – que já fez curso de brigadista – para conseguir sair do hotel com vida. Junto a ela, estava o marido auxiliando no resgate. No entanto, a turista contou que, durante a saída, ela se perdeu de Adriano.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, Adriano Damásio estava hospedado no 613, mas foi encontrado pelos militares no quarto 603 porque ele tentou salvar outros hóspedes.

Policial Militar do DF Adriano Damásio Lopes, 44 anos, morto em incêndio em hotel em Maceió — Foto: Arquivo Pessoal

egundo a delegada Luci Mônica, que investiga o caso, Stefanie contou que ela, o marido e os parentes, incluindo uma criança, estavam no apartamento quando todos ouviram dizerem: “Fogo”.


A turista tem noções de salvamento, por já ter feito curso de brigadista, além do marido, por ser policial militar.

Ainda de acordo com a autoridade policial, a mulher disse que já tinha mapeado na mente o trajeto do hotel, e sabia onde ficava a saída de emergência do prédio. Com isso, ela pediu que os parentes a seguissem, assim como seis pessoas que estavam em outros dois quartos.

“Então ela pegou, colocou todo mundo com a toalha molhada [na cabeça], fez uma corrente, disse ‘me sigam porque eu sei exatamente onde é a saída desse prédio’", conta Luci Mônica.

No entanto, quando estavam todos segurando um no outro em fila e já perto da saída de emergência, Stefanie disse à polícia que a criança se soltou.

“E aí ela grita: ‘Volta, fulana, volta’. A mãe dela se segurou, todo mundo se segurou, todo mundo voltou com ela, menos o Adriano. Essa hora começa toda uma história de terror, em que ela consegue sair com essa família, fica no vão, e ela começa a voltar várias vezes para o local onde estava acontecendo o incêndio. O fogo bastante alto. Ela volta cerca de cinco vezes para buscar o esposo e não consegue mais encontrar”, informou a delegada Luci Mônica em entrevista à imprensa.

Segundo a delegada, a mulher relatou que, ao voltar ao local pela primeira vez, ela ouviu um grito do marido.

“Daí em diante ela se desesperou e ficou nessas idas e vindas até que, o pessoal do hotel disse: ‘Olha, o fogo já está realmente tomando conta de tudo. Agora está todo mundo correndo perigo, vamos descer porque acredito que ele esteja lá embaixo’”.


Nesse momento, a mulher desceu, no entanto, ao chegar embaixo, não encontrou Adriano Damásio.

“Foi o tempo dos bombeiros chegarem, ela comunicou aos bombeiros, que subiram e fizeram os primeiros socorros. Adriano foi encontrado ainda com vida. Teve duas paradas cardiorrespiratórias enquanto estava descendo e, infelizmente faleceu”, disse a delegada.

Além de Stefanie Fernandes, nesta quinta-feira (16), foram ouvidas duas testemunhas, que são trabalhadores do hotel e ajudaram nos primeiros socorros usando extintor de incêndio.

“Um deles mencionou que escutou embaixo a sirene, e subiu com o extintor e salvou algumas pessoas. Tomamos o depoimento deles para que eles nos contassem essa dinâmica”, disse a autoridade policial.

Nesta semana, Luci Mônica informou que representantes do hotel e mais hóspedes deverão ser ouvidos. Além disso, a Polícia Civil espera resultados das perícias realizadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Científica. As suspeitas, até o momento, são de que o incêndio pode ter começado por causa de um problema no ar-condicionado.

‘Nesse local, onde deu essa pane, já tinha acontecido um infortúnio nele antes, que o hóspede pediu para sair do quarto porque o ar-condicionado não estava funcionando. Isso umas onze da noite, o fato aconteceu às 4h. Então às onze, transferiu essa pessoa, colocou em outro quarto. Aí não se sabe se essa pessoa deixou o ar-condicionado ligado ou não. Só com os laudos é que a gente vai poder constatar e finalizar essa investigação”, finalizou a delegada.

Mariane Rodrigues - Gazeta Web

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