O Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado (25) que pedirá explicações ao governo dos Estados Unidos sobre o tratamento "degradante" dado aos brasileiros deportados algemados do país em um voo que chegou ontem a Manaus-AM.
A informação foi divulgada pelo Itamaraty em uma rede social. Segundo o ministério, o chanceler Mauro Vieira se reuniu neste sábado em Manaus com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional da Força Aérea Brasileira (FAB).
"A reunião subsidiará pedido de explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo", afirmou o Palácio do Itamaraty.
Imagens registradas no aeroporto de Manaus na sexta-feira (25/1) mostram que os primeiros brasileiros deportados dos EUA pelo governo Trump tinham algemas nas mãos e também nos pés. As imagens foram cedidas ao Metrópoles
Na noite de sexta (24), um avião contratado pelas autoridades americanas trouxe ao Brasil um grupo formado por 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos. A aeronave precisou pousar na capital amazonense em razão de "problemas técnicos".
Segundo o Ministério da Justiça, após o pouso em Manaus, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, informou ao ministro Ricardo Lewandowski que os brasileiros haviam sido algemados pelas autoridades americanas. Diante disso, Lewandowski informou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o que estava acontecido.
Segundo o Ministério da Justiça, após o pouso em Manaus, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, informou ao ministro Ricardo Lewandowski que os brasileiros haviam sido algemados pelas autoridades americanas. Diante disso, Lewandowski informou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o que estava acontecido.
Mauro Vieira (ao centro) conversa com Polícia Federal e da FAB sobre tratamento dado a brasileiros em Manaus — Foto: Reprodução/MRE
Em razão das informações recebidas, segundo o ministério, o presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse a Manaus e buscasse os brasileiros e os levasse ao Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
A aeronave decolou de Brasília na tarde deste sábado em direção a Manaus. Por volta das 16h40 (17h40 pelo horário de Brasília), o avião decolou em direção a Minas Gerais, onde aterrissou por volta das 21h10.
Governo enviou avião da FAB
Na nota enviada neste sábado sobre o episódio, o Ministério da Justiça disse que decisão do presidente Lula de enviar um avião da FAB teve como objetivo garantir que os brasileiros deportados pudessem completar a viagem "com dignidade e segurança".
"O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis", afirmou o ministério.
A Polícia Federal (PF) também divulgou nota sobre o episódio. "Os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país", disse a PF.
Embaixada dos EUA
Sem dar mais detalhes, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília informou:
"Os cidadãos brasileiros do voo de repatriação estão sob custódia das autoridades brasileiras. Continuamos em contato com as autoridades brasileiras a respeito do incidente."
Leia a íntegra do que disse o Itamaraty:
"O Ministro Mauro Vieira reuniu-se esta noite em Manaus com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional.
Na reunião, foi efetuado relato detalhado sobre os incidentes no aeroporto Eduardo Gomes envolvendo cidadãos brasileiros transportados em voo de deportação do governo norte-americano.
A reunião subsidiará pedido de explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo."Por
Pedro Henrique Gomes, Filipe Matoso, g1 e GloboNews — Brasília
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