O Blog de Assis Ramalho conversou com o empreendedor Aurinézio Ferreira, proprietário da Aurinézio Construções, para conhecer sua trajetória de empregado a empregador. Segundo Aurinézio, durante muitos anos ele trabalhou como empregado em várias lojas de Petrolândia, mas, um dia o desemprego bateu à sua porta.
A princípio, nossa reportagem perguntou como ele conseguiu passar de empregado a empregador, e o seu trajeto até os dias atuais.
Aurinézio: Primeiramente, quero agradecer a você, Assis Ramalho, pelo previlégio de ter você aqui no meu estabelecimento para fazer uma reportagem voltada à minha pessoa. Te agradeço de coração. Sobre a minha história, eu comecei como funcionário e, na verdade, ser funcionário foi uma faculdade. Tudo foi ensinamento para hoje. Eu fui balconista, fui faxineiro, fui carregador, eu fiz de tudo um pouco. Eu trabalhei 17 anos no comércio de Petrolândia. Trabalhei em casa de material de construção com Armando (Armando Rodrigues, Grupo Sanfrancisco), trabalhei com Daniel (empresas Paulinelly), trabalhei em posto de combustível, com Geraldo do Posto (Posto Rical) e, de um dia para outro, eu fiquei desempregado. Aí, eu tinha que inventar alguma coisa para mim. Comecei a trabalhar de representante, mas minha área era muito grande, eu fazia de Floresta ao sertão do Pajeú, ainda entrava na Paraíba, e também tinha o Piauí para fazer, e terminei não me adaptando.
Aurinézio relata as dificuldades para iniciar seu próprio negócio, revela que tomou dinheiro emprestado a juros para montar uma pequena loja de construção no Bairro Nova Esperança, e diz que não foi fácil chegar aonde está hoje.
O que eu venho construindo não foi de um dia para a noite não. Tem oito anos que a gente fundou a Aurinézio Construções. Comecei primeiro no Bairro Nova Esperança. Era uma lojinha, não tinha forro, não tinha piso, não tinha nada. Foi muito sofrido. Hoje, o pessoal vê Aurinézio como um grande empreendedor, como um empresário, mas a história é grande, foi muito sofrida. Eu comecei com R$ 10.000 (dez mil reais), cara! Dinheiro emprestado a juros. Comecei sozinho. Hoje, eu estou até com um problema de coluna, consequência de esforços que eu fiz no início, porque eu trabalhava sozinho. Mas eu sempre tive um pensamento em crescer, eu tinha um objetivo. A maioria das pessoas pensam que o negócio não vai dar certo, porque querem um resultado rápido, um resultado imediato, e não é assim. Para chegar até aqui eu ralei muito.
Aurinézio diz que abre suas lojas aos domingos e feriados para dar melhor opção aos clientes que não têm tempo disponível nos dias da semana.
Eu abro dia de domingo, dia de feriado, e não é visando somente o faturamento. O faturamento faz parte, mas eu viso o lado do cliente. Por exemplo, às vezes, quebra uma torneira em uma casa, ou algo parecido, e alguém já sabe que Aurinézio está aberto. Meu pensamento quando eu abri a loja foi focar nesses pontos fracos [da concorrência]. Muitas pessoas não têm tempo de fazer uma compra no meio da semana, porque está trabalhando.
Aurinézio diz que o serviço de entrega é o melhor da cidade. Também afirma que apesar de ser patrão, se considera um funcionário da loja, junto com os demais 16 empregados.