quinta-feira, novembro 21, 2024

Golpe de Bolsonaro tem sete generais, um almirante e maioria de militares; veja lista

Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Dos 37 indiciados pela Polícia Federal pelos crimes golpe de Estado, organização criminosa e/ou abolição violenta do Estado democrático de direito, estão sete generais, um almirante, além de coronéis, tenentes-coronéis, majores, subtenente e um capitão — o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Do total, 25 (ou seja, 68%) tinham patente militar.

É tanto fardado junto atuando por uma única causa que podemos dizer que essa foi uma das maiores operações militares da gestão anterior. A relação indica que a tentativa de golpe foi um projeto de Bolsonaro em sociedade com setores das Forças Armadas e não de pobres militares enganados e desviados por Jair, como alguns querem fazer crer.


A lista, abaixo, leva em consideração as patentes atuais e abrange militares da ativa, da reserva ou reformados:

General AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA

General ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA

General LAERCIO VERGILIO

General MARIO FERNANDES

General NILTON DINIZ RODRIGUES

General PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA

General WALTER SOUZA BRAGA NETTO

Almirante ALMIR GARNIER SANTOS

Coronel ALEXANDRE CASTILHO BITENCOURT DA SILVA

Coronel ANDERSON LIMA DE MOURA

Coronel BERNARDO ROMAO CORREA NETTO

Coronel CARLOS GIOVANI DELEVATI PASINI

Coronel CLEVERSON NEY MAGALHÃES

Coronel FABRÍCIO MOREIRA DE BASTOS

Coronel MARCELO COSTA CÂMARA

Tenente-coronel GUILHERME MARQUES DE ALMEIDA

Tenente-coronel HÉLIO FERREIRA LIMA

Tenente-coronel MAURO CESAR BARBOSA CID

Tenente-coronel RONALD FERREIRA DE ARAUJO JUNIOR

Tenente-coronel SERGIO RICARDO CAVALIERE DE MEDEIROS

Major AILTON GONÇALVES MORAES BARROS

Major ANGELO MARTINS DENICOLI

Major RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA

Capitão JAIR MESSIAS BOLSONARO

Subtentente GIANCARLO GOMES RODRIGUES… 

Há militares legalistas que se moveram para impedir o golpe bolsonarista, inclusive alguns foram duramente atacados pelos militares golpistas, como mostram as investigações. E fincaram pé em seus comandos pela democracia. E precisam ser lembrados.

Mas é importante ressaltar que militares formam um dos pilares do bolsonarismo. O ex-presidente não criou a extrema direita golpista, apenas deu a ela organização e sentido através de sua eleição em 2018. Inclusive nas Forças Armadas.

Como já escrevi aqui, nos seus quatro anos de governo, Jair fechou uma sociedade com os militares, oferecendo cargos, vantagens na Reforma da Previdência, licitações suspeitas de produtos para levantar o moral do oficialato. Eles se beneficiaram de Viagra e próteses penianas, mas também de camarão e filé mignon e continuaram ganhando pensões especiais para filhas não casadas e acesso a hospitais especiais. Coronéis articularam bizarras reuniões em que se negociou com reverendos, servidores públicos e indicados de políticos, sobrepreço e propinas para a compra de doses de vacina contra a covid-19 enquanto pessoas morriam por falta de imunizante.

Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas com a ajuda dos militares ao longo de anos. E, em, novembro de 2022, os comandantes das três forças soltaram uma nota com uma falácia absurda, apontando que o fato de não terem encontrado problemas nas urnas não significava que eles não existiam.

Após o segundo turno, as Forças Armadas deram uma passada de pano nos movimentos golpistas que acampavam em torno de quartéis e trancavam rodovias. Defenderam, em nota pública, que os atos eram legítimos, ignorando que eles não estavam pedindo mais arroz e feijão, educação ou saúde, mas um golpe de Estado com participação e prisão do presidente eleito. Esses "atos legítimos" desaguaram na tentativa de golpe.

Leonardo Sakamoto - UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.