Mesmo vivendo há poucos quilômetros da sede do município, a comunidade ainda convive com a ausência de serviços básicos, como o saneamento que, quando existente, promove saúde e garante melhor qualidade de vida às populações, além de proteger o solo, os mananciais subterrâneos e os rios. Na comunidade indígena serão construídos sistemas unifamiliares para o tratamento de esgoto sanitário. Cada sistema será feito de acordo com as características de cada cadastro, podendo ser do tipo tanque de evapotranspiração (TEVAP), Biodigestor ou o Círculo de bananeira para o tratamento das águas cinzas provenientes das pias, tanques e chuveiros. As tecnologias aplicadas são de médio a baixo custo e seguem o princípio da sustentabilidade, sendo ambientalmente correta e socialmente acessível.
As famílias indígenas Jeripankó beneficiadas são das aldeias Figueiredo, Araticum, Poço da Areia e Serra do Engenho. O objetivo do CBHSF com as obras é promover o cumprimento adequado da etapa de esgotamento sanitário, permitindo uma expansão orgânica das estruturas, conforme a demanda. Os sistemas são concebidos levando em conta a população de cada propriedade a ser atendida, o uso e ocupação do solo, as atividades econômicas locais e a legislação ambiental vigente, promovendo a recuperação de recursos, como água e nutrientes, como uma oportunidade para desenvolvimento local. Dessa forma, os sistemas de saneamento se tornam mais viáveis e atrativos, especialmente diante da perspectiva de escassez hídrica.
O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, lembra que a ação faz parte do esforço do Comitê em promover a conservação dos corpos hídricos. “Ainda precisamos avançar muito no quesito saneamento, principalmente nas áreas rurais. Para se ter ideia, atualmente apenas 12 dos 505 municípios da bacia do São Francisco são 100% saneados, então estamos falando de uma carga absurda de esgoto sem tratamento que vai para o rio todos os dias. E nas áreas rurais o problema é ainda maior, portanto o objetivo dessas obras é mostrar que é possível tratar o esgoto em área rural com tecnologias acessíveis e de baixo custo, que ainda podem ser expandidos de acordo com a demanda da família”.
A ação ainda visa a sustentabilidade dos processos com a redução do consumo de insumos externos e de energia, mitigação dos impactos relativos à operação do sistema, e propicia o aproveitamento de recursos locais. Ao todo serão investidos R$ 4.001.000,00, recursos estes oriundos da cobrança pelo uso da água bruta na bacia do São Francisco.
A empresa W2 Engenharia, contratada pelo CBHSF através da Agência Peixe Vivo, tem o prazo de 12 meses para execução dos serviços.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: W2 Engenharia
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