O candidato do PRTB Pablo Marçal entrou com uma ação na Justiça contra José Luiz Datena (PSDB) em que pede indenização de R$ 100 mil por danos morais em razão da cadeirada que o apresentador de TV deu no ex-coach durante o debate da TV Cultura entre os postulantes à prefeitura de São Paulo, no último dia 15.
Na ocasião, Datena atingiu Marçal com uma cadeira em uma cena transmitida ao vivo, após uma série de provocações de Marçal que incluíram insinuações sobre uma acusação de assédio sexual contra o apresentador (que acabou arquivada pela Justiça), além do uso de uma gíria comum nas prisões para definir estupradores.
Na petição protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) nesta quinta-feira (26), o coordenador jurídico da campanha, Paulo Hamilton Siqueira Junior, afirma que a agressão foi premeditada e que provocou “efeitos devastadores” na esfera moral, física e psicológica, além de “constrangimento e humilhação pública” ao candidato do PRTB. De acordo com o advogado, Marçal sofreu uma fratura no sexto arco costal e uma lesão no punho direito e teve sua imagem pública severamente afetada.
Na ação, os advogados de Marçal também acusam Datena de “uso da força bruta para calar um adversário político” e de “afronta direta ao processo democrático, colocando em risco a integridade do debate público, bem como a segurança dos demais candidatos e o direito do eleitorado de assistir a discussões eleitorais pautadas pelo respeito mútuo e pela troca de ideias” .
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Essa é a segunda ação da campanha de Marçal contra Datena por causa da cadeirada. Na semana passada, os advogados do candidato do PRTB apresentaram à Justiça Eleitoral uma notícia-crime contra o rival do PSDB em que pedem que ele seja investigado e punido pelo crime de injúria – mas não fazem nenhuma menção ao registro de candidatura do adversário.
Logo depois do debate, o ex-coach afirmou que entraria com um pedido de cassação do registro, mas sua equipe abandonou a ideia depois de constatar que a agressão não era uma infração prevista na lei eleitoral.
Datena, por sua vez, também já entrou com oito ações contra Marçal em razão de “agressões à honra e acusações verbais” feitas durante o debate. O advogado do apresentador, Eduardo Leite, alega que a cadeirada foi um gesto de legítima defesa e diz que isso será demonstrado no processo. Leite afirma que também vai entrar com novas ações de dano moral com pedido de indenização contra Marçal.
Desgaste com o eleitorado
Um dos efeitos diretos do episódio foi uma queda nos índices de intenção de votos de Marçal nas rodadas de pesquisas do Datafolha e da Quaest nos dias seguintes, especialmente nos nos estratos onde o ex-coach é mais forte – homens, jovens, evangélicos e eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tombo foi de cinco a oito pontos percentuais.
Conforme informou o blog, em grupos focais de campanhas adversárias montados para monitorar o debate da TV Cultura em tempo real, uma parcela alguns eleitores chegaram a considerar que Marçal armou um “jogo de cena” para cima de Datena, visto como um “herói” por parte dos entrevistados. Muitos eleitores de Marçal se sentiram envergonhados com o deboche nas redes e acharam que ele não deveria ter abandonado o debate.
Para tentar reverter a repercussão negativa, Marçal disse que a ideia de levá-lo em uma ambulância para o hospital foi de sua equipe e que poderia ter ido correndo se quisesse. Afirmou ainda ter considerado a cena “patética”, e disse que “quase demitiu” a pessoa de sua equipe que fez o vídeo.
O GLOBO
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