sexta-feira, agosto 16, 2024

Pernambucana natural de Arcoverde aprovada em 1º lugar para mestrado em Portugal abre "vaquinha virtual" para viajar


Ayla foi aprovada em primeiro lugar para mestrado em Coimbra, Portugal - Foto: Arquivo Pessoal

“Eu vi o mundo e ele começava no Recife”, é parafraseando o famoso pintor Cícero Dias que Ayla Amaral começa a sua história.

Recém formada em gastronomia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a jovem, de 24 anos, saiu de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, para realizar o sonho da graduação na capital.

Agora, com o final do curso, Ayla planeja um voo ainda maior: cursar um mestrado na Universidade de Coimbra, em Portugal. Ela foi aprovada em primeiro lugar na seleção do programa.

O amor e a vontade de seguir com a profissão são antigos e surgiram quando ela ainda era criança.

“Por volta dos 13 anos eu participei de uma oficina de culinária, ministrada na Igreja que fiz parte em Arcoverde. Foi lá que tomei gosto pelo ato de cozinhar”.

A profissionalização dentro da faculdade abriu novas portas dentro do mundo da culinária.

“Foi na universidade que descobri caminhos novos a serem trilhados, que iam além da vivência prática em cozinha. Seja na pesquisa ou dentro da cozinha, eu não me vejo fazendo outra coisa”, destaca.

Reunião do conselho a respeito do Bolo de noiva. Foto: Arquivo pessoal

Durante a graduação, Ayla estagiou na Fundação de Apoio ao Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

“Na Fundarpe pude ver com profundidade a forma como eram tratadas as políticas públicas de salvaguarda das tradições. Acredito que a experiência lá fez amadurecer muito a minha escrita acadêmica e me trouxe muita vontade de pesquisar ainda mais sobre a área e, por isso, decidi levar adiante a ideia do mestrado”.

Com a aprovação, a estudante pretende estudar o legado da cozinha pernambucana como patrimônio imaterial do estado.

A escolha de Coimbra aconteceu como um abraço ao tema que Ayla tanto ama estudar.

“Eu queria muito um mestrado específico em alimentação, se tentasse aqui no Brasil tentaria história pela UFF e UFMG e seguiria para linha de estudo de história da alimentação”, revela. “O de Coimbra era específico nisso. Então, a principal motivação foi por ser, justamente, o que eu estava procurando na área”.

Vaquinha

Mesmo com a aprovação em primeiro lugar, Ayla ainda não consegue aplicar para bolsas.

De acordo com a estudante, os processos de seleção para bolsas e financiamentos só acontecem no mês de início das aulas.

Para arcar com os custos da viagem e as despesas enquanto tenta a bolsa, Ayla resolveu abrir uma vaquinha solidária.

“Decidi abrir a vaquinha após ter tido um super incentivo de familiares, namorado e amigos. Acredito que eles confiam mais em mim do que eu mesma, e decidiram entrar juntos nesse desafio de correr atrás do dinheiro”.

Além das passagens, ela precisa custear a mensalidade da universidade, que, apesar de pública, cobra uma taxa de 700 euros para estrangeiros.

O restante dos valores serão destinados para gastos com alimentação e moradia.

“Antes, tudo parecia inalcançável. Ser aprovada foi um recado para acreditar mais naquilo que sou capaz”.

Como ajudar

Ayla tem cerca de um mês e meio antes do embarque para Coimbra e começo das aulas. Até lá, ela precisa conseguir um total de R$ 30.000.

Até o momento, a jovem já conseguiu arrecadar cerca de R$ 3.000, com ajuda das doações. A página oficial da vaquinha pode ser conferida clicando aqui.

Doações via PIX

Para contribuir, basta enviar um pix para o e-mail: aylamaral704@gmail.com, no nome de Ayla Milena Amaral Santos.

Também é possível entrar em contato com Ayla por meio do instagram @aylamaral

Por Vitória Floro - Folha de Pernambuco

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