Enviado especial a Santiago — O presidente Lula chegou ao Chile na noite deste domingo (4/8) para uma visita oficial de dois dias ao país. Na agenda, estão previstos encontros com empresários e membros dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário chileno, além da assinatura de acordos.
O petista está acompanhado de 14 ministros. Entre eles, Mauro Vieira (Itamaraty), Carlos Fávaro (Agricultura), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho), Silvio de Almeida (Direitos Humanos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Esther Dweck (Gestão).
Lula decolou para Santiago direto de São Paulo, onde o presidente da República passou parte do fim de semana. O mandatário brasileiro pousou exatamente às 19h41 na capital chilena e seguiu direto para “The Ritz-Carlton”, hotel cinco estrelas em que ficará hospedado na cidade.
Na chegada ao hotel, Lula não quis falar com a imprensa e subiu direto para o quarto. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não acompanha o presidente na viagem oficial ao Chile. A assessoria do Palácio do Planalto não soube informar o motivo da ausência de Janja.
Os compromissos oficiais de Lula só começam na segunda-feira (5/8). O principal deles será uma reunião com o presidente do Chile, o progressista Gabriel Boric. O encontro acontecerá no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, e se estenderá até a hora do almoço.
Eleição na Venezuela será abordada
A expectativa é que Lula e Boric conversem sobre a situação da Venezuela durante a reunião reservada no palácio. Embora ambos sejam de esquerda, os presidentes brasileiro e chileno têm adotado posturas diferentes em relação à eleição presidencial venezuelana, ocorrida em 28 de julho.
Boric já afirmou que a reeleição proclamada do ditador Nicolás Maduro é “difícil de acreditar”. Ele tem dito também que não reconhecerá nenhum resultado que não seja verificado por organismos internacionais independentes. A posição já levou à expulsão de diplomatas chilenos por Maduro.
No sábado (3/8), véspera da chegada de Lula a Santiago, Boric recebeu o embaixador do Chile na Venezuela, Jaime Gazmuri, expulso pelo ditador venezuelano. O presidente chileno reforçou manter a posição de não reconhecer a vitória de Maduro e pediu o fim das prisões arbitrárias de opositores.
Lula, por sua vez, tem cobrado a apresentação das atas das zonas eleitorais da Venezula. Em compensação, contudo, disse não ter visto nada de “anormal” ou “grave” no pleito do país vizinho. A fala foi criticada por integrantes do Itamaraty e até por auxiliares do petista no Palácio do Planalto.
Lula e Boric devem assinar ao menos 17 acordos
Durante a agenda no Palácio de la Moneda, Lula e Boric devem assinar pelo menos 17 acordos e memorandos de entendimento, de acordo com o Itamaraty. Os acordos são em áreas como turismo, comércio, saúde, direitos humanos, ciência e tecnologia e temas consulares.
Um deles, como noticiou a coluna, prevê um novo tratado de extradição entre Brasil e Chile. O atual foi ratificado em 1935. Outro acordo prevê o reconhecimento recíproco de carteiras da habilitação para brasileiros que moram no Chile e chilenos que moram no Brasil.
Lula encontrará CEO da Latam
Após a agenda com Boric, Lula fará uma visita às sedes dos poderes legislativo e judiciário chileno na tarde de segunda. A primeira será ao presidente da Suprema Corte, ministro Ricardo Branco Herrera. Na sequência, ele se encontrará com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.
Ainda na segunda, estão previstos encontros de Lula com Roberto Alvo, atual CEO da Latam, maior companhia área chilena com forte operação no Brasil, e com o secretário-executivo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), José Manuel Salazar-Xirinachs.
Na sequência, Lula participará de um fórum empresarial promovido pela Apex-Brasil. A previsão é de que Boric também compareça ao evento. O petista deve encerrar a noite de segunda com um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil no Chile, Paulo Roberto Soares Pacheco.
Na terça-feira (6/8), Lula retomará os encontros políticos. Pela manhã, ele deve ter uma reunião com a atual prefeita da capital chilena, Irací Hassler. Filiada ao Partido Comunista Chileno, Irací é filha de uma brasileira — ela tem raiz brasileira também no primeiro nome, de origem tupi-guarani.
A expectativa é de que o mandatário brasileiro retorne a Brasília no início da tarde da terça. A viagem de Lula ao Chile, vale lembrar, estava prevista para ocorrer em maio de 2024, mas acabou adiada em razão das fortes chuvas que atingiram o estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Veja a previsão de agenda de Lula no Chile:
Segunda-feira (5/8):9h40: cerimônia de oferenda floral no Monumento al Libertador Bernardo O’Higgins;
Segunda-feira (5/8):9h40: cerimônia de oferenda floral no Monumento al Libertador Bernardo O’Higgins;
10h: chegada ao Palácio de La Moneda;
10h20: reunião privada com o presidente do Chile, Gabriel Boric;
10h45: fotografia oficial
11h: reunião bilateral com o presidente chileno Gabriel Boric;
12h: cerimônia de assinatura de atos;
12h15: Cerimônia de troca de condecorações;
12h30: declaração conjunta à imprensa;
12h45: cerimônia de condecorações;
13h: almoço oferecido pelo presidente Boric a Lula;
14h35: visita ao presidente da Suprema Corte do Chile, ministro Ricardo Blanco Herrera;
15h: visita aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados chilenos;
17h15: audiência com o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs;
18h: audiência com o CEO da Latam chilena, Roberto Alvo;
18h30: encerramento do fórum empresarial Chile-Brasil;
Jantar oferecido pelo embaixador do Brasil no Chile.
Terça-feira (6/8):9h: audiência de Lula com a prefeita de Santiago, Irací Hassler;
11h20: cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional (CEN);
12h30: partida de volta ao Brasil.
Igor Gadelha - Metrópoles
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