As escolas brasileiras já começam a se mobilizar para conter o avanço dos smartphone nas salas de aula. Quase três a cada dez (28%) já proíbem que os alunos usem o celular em suas dependências.
É o que mostra a pesquisa TIC Educação, divulgada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) nesta terça-feira (6). Os números não consideram o Ensino Infantil.
A discussão a respeito da pressão exercida por esses aparelhos eletrônicos e seus estímulos sobre a saúde mental e no aprendizado de crianças e adolescentes é feita no mundo todo.
A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) já discute um projeto de lei para varrer celulares e outras telas de escolas públicas e privadas do estado. Se for aprovada, a medida vai de encontro às ações do secretário de educação estadual, Renato Feder, que incentiva o uso intensivo de plataformas conectadas.
No livro "The Anxious Generation", que virou um Best Seller e tem influenciado os debates sobre o tema, o psicólogo Jonathan Haid afirma que o celular interfere mais de 10 formas diferentes no desenvolvimento social e neurológico. Haidt sugere quatro ações para mitigar os danos para as crianças:
* Proibir smartphones antes dos 14 anos
* Barrar smartphones nas escolas
* Estimular a autonomia e o livre brincar na infância
Em 64% das escolas, o uso do celular só é liberado em espaços determinados ou horários pré-definidos.
Outra forma encontrada pelas instituições de ensino para coibir as atividades digitais é controlar o acesso aos computadores ou o tempo disponível para usar a internet.
Por um lado, as escolas estaduais são mais rigorosas, seguidas das particulares, enquanto as municipais são mais permissivas:
* restringem o número de horas para usar o computador ou a internet: 38% (estaduais); 53% (particulares); 38% (municipais)
* agendam horários para professores usarem computadores: 53% (estaduais); 35% (particulares); 30% (municipais)
* exigem presença de monitores ou professores de informática durante uso dos alunos: 64% (estaduais); 59% (particulares); 39% (municipais)
Já as escolas estaduais são as que mais impõem medidas para barrar plataformas ou aplicações:
* Bloqueio de acesso a redes sociais: 47% (estaduais); 46% (particulares); 32% (municipais)
* Filtro dos aplicativos que os alunos podem baixar: 57% (estaduais); 55% (particulares); 38% (municipais)
* Uso de software que bloqueia spam, lixo eletrônico ou vírus: 61% (estaduais); 58% (particulares); 38% (municipais)
* Uso de senha para acesso de alunos: 69% (estaduais); 53% (particulares); 39% (municipais).
Elaborada pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação ) do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), a pesquis amostra ainda que 92% das escolas brasileiras possuem internet
Para chegar a esse patamar, a conexão avançou escolas da área rural (52% tinham internet em 2020 e passaram a 81% em 2023) e as municipais (de 71% para 89%).
UOL
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