Pelo menos duas escolas na capital paraibana mantêm ativas orquestras armoriais: uma no Colégio Marista, desde 1996, e outra no Colégio Motiva, desde 2011. As orquestras têm como principais características o estudo, cultivo, produção e divulgação de uma arte autêntica brasileira baseada nas raízes populares.
O próprio Ariano Suassuna, em 2000, quando assistiu a uma apresentação da Orquestra Armorial do Marista, então regida pelo maestro Roberto Araújo, se emocionou ao ver os adolescentes tocando.
Segundo o maestro, ao terminar a apresentação, Ariano disparou: “Tenho medo da morte, mas se ela chegasse agora, me sentiria mais confortável depois dessa apresentação”. Ele estava ao lado de sua esposa, Zélia Suassuna, surpresos e emocionados.
O maestro Roberto Araújo continuou no comando da Orquestra do Colégio Marista até 2004. Em 2008, ele implantou o projeto no Colégio Motiva, em Campina Grande e João Pessoa.
Atualmente, a Orquestra do Marista está sob o comando do maestro Yuri Ribeiro, que, assim como Roberto, também nutre afeto não só pela música armorial, mas também por Ariano. "Eu acredito, de fato, que Ariano é o maior nome que a gente tem no Brasil", diz Yuri.
"Quando recebi o convite, já foi para preparar a orquestra para irmos para o Congresso Internacional do Marista em São Paulo, abrir uma palestra do próprio Ariano", conta Yuri.
O encontro, segundo ele, foi marcante. "Ali estávamos com um dos maiores nomes da Paraíba na arte, na educação e na cultura", relembra o maestro.
Segundo ele, atualmente a orquestra no Marista conta com 28 alunos regularmente matriculados. Crianças a partir de 10 anos, chegando até em média os 17, quando finalizam o ensino médio e saem da escola, deixando a vaga e, mais uma vez, um legado do Movimento Armorial - e de uma autêntica arte brasileira - para os que ficam.
Fundador da Orquestra Armorial do Marista foi arrebatado pelo Movimento
Por influência da musicalidade presente em sua família, o maestro Roberto Araújo desde cedo começou a tocar instrumentos. Logo em seguida, começou a ler mais sobre o Movimento Armorial. Foi aí, então, que o encanto aconteceu. A mistura entre o popular e o erudito, que era a proposta do movimento Armorial para a música, logo arrebatou o maestro.
"Fiz curso de piano, tive um vizinho que tocava rabeca, aos sábados assistia a Pinto do Monteiro", relembra o maestro. "Um dia meu pai disse: 'você não vai tocar, vai começar a estudar'", conta. "Aí eu comecei a estudar. Fiz o curso de Música e, nele, comecei a ler mais sobre o movimento Armorial. Acabei fazendo meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o movimento", relembra.
Em 1996, ele chegou ao Marista, para ser professor, e apresentou um projeto que tinha a proposta de oferecer oficinas práticas de instrumentos musicais. "Como eu já tinha escrito as partituras das músicas do Armorial, comecei a fazer estudo junto ao grupo instrumental resultado das oficinas. Na primeira apresentação pública, o grupo cativou o público", relembra o maestro.
g1 PB
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